segunda-feira, julho 24, 2006

Outra Pancada!!

Nas férias de Verão, em S. Pedro do Sul, passava a maior parte do tempo a brincar com os putos lá da terrinha, principalmente com o Carlos, que morava perto da casa dos meus avós. O Carlos era (e é) cerca de 6 anos mais velho que eu mas acabava por passar a maior parte do tempo a brincar comigo, tipo irmão mais velho. Quando saía com os meus pais para algum lado, a passeio, o Carlos vinha sempre connosco. E assim se passava o mês de Agosto.

Um desses dias deixei de achar graça ao Carlos. Fiquei mesmo a detestá-lo. A casa dele estava toda cercada por vinhas extensas. Eu passeava por ali, devia ter uns oito anos, e o elástico da cueca rebentou. A porcaria da cueca começou a cair e eu, olhando para todos os lados, puxo a saia para cima e zucas, um nó na cueca p/aguentar até casa. Qual não é o meu drama, horror e espanto quando o Carlos sai de entre as vinhas e grita:
- Eu vi o teu pipiiii!! Eu vi o teu pipi!!!!

Bem, fiquei possessa! E com um ódio terrível pela falta de respeito! Ao menos que se deixasse ficar escondido!! A partir desse dia, chamava-lhe tudo menos pelo próprio nome. E os meus pais sem saberem qual o motivo de tanta raiva. Só me diziam:
- Mas tu gostavas tanto dele! Que diabo te deu?

Eu não dizia nada. Acho que só me faltou espumar da boca. Que ódio!!

Ora bem, entretanto eis que alcanço a parva idade de 14 anos, sinónimo de adolescente de pito aos saltos. Nessa altura havia já desenvolvido um gosto peculiar pela poesia. E pela cidade de Coimbra que para mim representava (e de alguma forma, ainda representa) a cidade dos delírios de amor, dos poetas, enfim, hei-de escrever algum post sobre isto. E o que é entretanto aconteceu? O Carlos entrara para Engenharia Agrícola em Coimbra. E mais: O rapaz estava giro! Já não passava tanto tempo no Fujaco. Tinha carro, amigos e amigas. Ficávamos à conversa horas seguidas no final da tarde e mesmo já depois do jantar. Recitava poemas. Demonstrava uma mente brilhante. Eu estava deliciosamente encantada e já havia esquecido o incidente das cuecas, aliás, naquele momento até me podia ver nua que eu não me ralava nada, eh eh eh.

Como em Agosto o Fujaco rompia pelas costuras com a emigrantada e o pessoal de Lisboa, o Carlos ficava por lá. Passávamos a tarde na Poça do Vale, um pequeno sistema de rega no meio de nenhures que servia de piscina natural para a malta. O caminho para lá é que era horroroso. Tínhamos de atravessar penhascos, carreirinhos no meio de milheirais e couves, era horrível mesmo. Mas eu vi nesse caminho horrível uma oportunidade para “atirar-me” ao Carlos. E atirei-me mesmo!! Na descida de um dos penhascos, simulei uma queda na esperança que ele me amparasse naqueles braços vigorosos. Mas não. O Carlos não me amparou e eu dei por mim a rolar penhasco abaixo. Parti-me toda! Valeu-me a Poça para lavar os arranhões nos joelhos, nos cotovelos, nas mãos e no rabo. E o Carlos só se ria. Topou-me a milhas!!

Já à noite, pedi-lhe para ir comigo até à povoação. O caminho até lá era bastante escuro e também bastante longo (3 kms). Aceitou. No regresso, comentei:
- Já viste que noite soberba?! O céu parece um manto de rendilhados com tanta estrela! E o sussurro do vento entre os pinheiros?! Que brisas deliciosas!
Ao que o Carlos responde:
- Olha nós agora podíamos ter aqui uma experiência do outro mundo!!

O meu coração subiu até à boca, as pernas estavam bambas e eu só pensava “UNGA UNGA é hoje, é hoje!!!”
Tentei disfarçar a emoção com algum desinteresse na resposta:
- Ai sim?! Que experiência?
- Bem, podíamos ser raptados por uma nave cheia de alienígenas e assim tínhamos uma experiência extra-terrestre!!

Naquele momento tive a sensação de levar com um martelo na cabeça. Optei por sorrir sem responder. Se o fizesse diria:
- Se fosses pó c****** mais à m**** dos aliens!

Enfim, mais uma pancada que não me levou a lado nenhum.

segunda-feira, julho 17, 2006

Frases que davam jeito...

...se eu tivesse 8 anos!

Para empurrar trabalho:
- Passa ao morto e não ao mesmo!

P/chatear o pindérico da Comercial:
- Puto xarila! Macaco sem pila

P/oferecer ao chefe:
- olhá bélinha...(PUMBA NA TESTA)

P/ir tomar o pequeno-almoço com autorização do chefe:
- um quarto d'hora....(PUMBA NA PESCOCEIRA)

P/o magricela da Informática:
- lá vai alho...(PUMBA NOS COSTADOS)

P/a recepcionista da portaria:
- Cabra cega! Cabra cega!!

E quem souber mais, do tempo em que havia recreio, faça o favor de se manifestar!!

quinta-feira, julho 13, 2006

Pergunta p/Alfacinhas...e não só

Alguém se recorda do Tolan? Aquele barco que "se virou" no Tejo e cujo casco por ali ficou durante uma série de anos?! Não?!

Eu até fui para a Praça do Comércio assistir à remoção do dito. Foi notícia e tudo! Ah pois!

terça-feira, julho 11, 2006

Canções p/cotovelos II

"Sandokan, Sandokan
Sem cuecas e soutien"

Eh eh eh

sexta-feira, julho 07, 2006

Répi Berssedei

Ao meu maridão....



FELIZ ANIVERSÁRIO!!!



Muitos anos de vida, comigo ao pé de ti, SEMPRE!!!!
E agora vá, bute lá comemorar com a malta, né môri?! Beijos da tua "bicicleta"....muitos ;)

quinta-feira, julho 06, 2006

O "30"

O Manel era um puto ranhoso lá de S. Pedro do Sul. Era mais novo que eu uns 4 anos. Tinha por alcunha “33” porque andava sempre a correr pelas terriolas e dizia que ía a 33 à hora (velocidade estonteante). Para abreviar, a malta chamava-lhe 30.

Até aos 15-16 anos, eu costumava passar as férias com os meus avós em S. Pedro do Sul, mais precisamente no Fujaco (creio que já falei sobre esta terra, mas agora não me apetece verificar se o fiz) que fica num vale no meio da Serra da Arada. A casa dos meus avós fica no cimo do vale, ou melhor, já no alto da montanha que lhe dá acesso, e o sótão, cuja entrada se faz pelo lado exterior da casa, através duns degraus de pedra, tem um fosso estreito a separá-lo da estrada. Por norma, no final da tarde, eu estava sempre nesses degraus, na palheta com a malta. E a minha avó estava cá em baixo no pátio, no cházinho com as vizinhas e cunhadas e primas (sim, porque lá na terra, 90% da população é família). Numa dessas vezes, o 30 foi para lá melgar-nos. Era mesmo um puto ranhoso. Como era mais novo que a malta, não se encaixava nos temas de conversa. Nesse dia, achou que devia melgar-me. E melgou! Chamou-me feia e gorda. E a malta a rir. E claro, eu não gostei e para demonstrar-lhe o meu desagrado empurrei-o para o fosso. Partiu-se todo. Apareceu à minha avó a tremer que nem varas. A minha avó só perguntava:
- O que foi Manel? Que te aconteceu Manel? Manel? Estás bem rapaz?
E o Manel só apontava para cima, em direcção ao sotão, tentando balbuciar o meu nome, mas faltava-lhe o ar...e o pessoal cá em cima bem caladinho.

Desde esse dia, o 30 nunca mais se meteu comigo. Foi sempre muito educado. Hoje, quando visito o Fujaco, esboça um sorriso medroso sempre que me vê. Não vejo porquê. Era incapaz de fazer-lhe mal....

quarta-feira, julho 05, 2006

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