sexta-feira, dezembro 29, 2006

A tradição já não é o que era

E com isto refiro-me ao ritual anual de celebração do Ano Novo, encetado pela minha família. A passagem de ano tinha lugar na casa dos meus avós maternos, assim como o dia seguinte que era celebrado com uma fabulosa feijoada. Recordo sempre com muitas saudades estes dois dias. Quando se aproximava a meia-noite, a minha avó chamava os seus 5 netos (são 6 actualmente, mas a mais nova não estava ainda prevista nessa altura) e distribuía a cada um, um par de tampas de tachos e panelas, os textos, para o alarido da meia-noite. E lá estávamos todos à meia-noite em ponto, a bater com as tampas. Depois dos cumprimentos habituais, o meu pai, juntamente com os meus tios, juntavam-se à mesa a jogar às cartas, com o meu avô que qual D. Corleone, “presidia” a mesa.

Paralelamente, a minha avó, a minha mãe e as minhas tias, ficavam na cozinha a ver os programas de fim de ano na televisão e a colocar a conversa em dia. Nós, os primos brincávamos com o jogo do loto. Aliás, o loto era o jogo de família no dia seguinte, a 5$00 o cartão.

Recordo-me de, ainda na véspera de Ano Novo, o meu avô juntar os netos todos para distribuir uma nota de 500$00 a cada um, eh eh eh.

Entretanto chega a altura em que o meu primo mais velho, o Quintóino, atinge a idade de soltura e passa a primeira passagem de ano fora de casa (nesta altura a minha prima mais nova já era nascida). Todos nós olhávamos para ele como se fosse um herói, do género “fogo, o gajo já passa o reveillon fora, já é maior e o caraças, e nós aqui nisto e tal”. Entretanto, um por um, lá fomos nós também rompendo a tradição de ficar nos meus avós. Fomos todos arranjado par, todos orientando a vida e apenas os meus pais e tios mantiveram-se fieis à tradição. Isto aplicava-se à véspera de Ano Novo. No dia 1 estávamos todos lá para a feijoada.

Actualmente, nada disto é o que era. O meu avô faleceu há dois anos atrás e a saúde da minha avó também já não é a mesma. De facto está até bastante debilitada. A família, bem, a família vincou mais as diferenças que sempre existiram mas que eram esquecidas nesta altura. Mantêm-se os vícios antigos, somam-se os actuais e quem condena, critica ou não agrada, é votado ao ostracismo. Mas isto foi sempre assim, mais dissimulado, mas sempre assim. Agora já não há porque dissimular. A tradição acabou e este ano já nem o almoço de Ano Novo vai concretizar-se. É pena. Mas a vida é assim. Terminam-se rituais e iniciam-se outros.

Quanto a mim, faço como os meus adorados Monty Python: “Always look on the bright side of life” e abalo assobiando...

Feliz 2007 a todos!

terça-feira, dezembro 26, 2006

Laura Brannigan - Self Control

Cais self control cais quê?! Já cá postei a letra, agora fica o vídeo. Só de ouvir dá vontade de começar logo aos pinotes. Os penteados do vídeo estão de regresso (olhem que já vi a Mónica Sintra com um penteado igualzinho ao da Jennifer Rush do "Power of Love" e ficava horrenda, mas enfim), as belas das botas por fora das calçanitas...até aqui tudo bem, agora pelo amor de Deus que NÃO REGRESSEM OS CHUMAÇOS!!!

P.S. E a música é libidinosa ca sa farta :D

segunda-feira, dezembro 18, 2006

O Natal

Como não podia deixar de ser, tenho que fazer aqui referência ao Natal, esse feriado que supostamente seria para celebrar o nascimento de Jesus, mas que hoje nada mais é do que um dia em que o cinismo se manifesta na sua origem mais pura. Claro que nem sempre pensei assim. Em catraia ansiava por este dia. Desde cedo que soube que o Pai Natal não existia, mas os meus pais mantiveram sempre a surpresa dos presentes na manhã de Natal até ao início da minha adolescência. E queria apenas relembrar aqui uma dessas manhãs de Natal, por tudo o que ainda hoje representa para mim (hummm, isto está a ficar um “cadito” lamechas). Adiante.

Tinha 6 anos. Dois meses antes, aquando o meu aniversário, já havia ficado completamente histérica quando vi uma Órbita vermelha novinha à minha espera no hall de entrada. Os meus pais andavam numa azáfama terrível e, ao contrário do que acontecia habitualmente, não me levavam às compras com eles. Deixavam-me com os meus avós. Suspeitei imediatamente de que estivessem a fazer as compras de Natal e passei as duas semanas anteriores a essa data, a vasculhar os cantos à casa à procura dos presentes escondidos. Mas nesse ano os meus pais queriam evitar a todo o custo que eu soubesse antecipadamente o conteúdo dos embrulhos, como havia acontecido nos dois anos anteriores, já que eu não expressei qualquer surpresa quando desembrulhei os ditos no dia de Natal. E conseguiram. Corri os cantos todos à casa, mas em vão. Não encontrei nada.

Na véspera de Natal fui dormir com a desilusão de ter apenas, perto da árvore de Natal, os presentes dados por familiares e amigos.

Na manhã do dia 25, levantei-me para beber água. Faltava-me uma pantufa. Fui descalça para a cozinha e deparei-me com uma montanha de presentes em cima da tampa do fogão. E com a minha pantufa também. Agarrei nos que consegui e saltei para a cama dos meus pais, completamente enebriada. Nem queria crer!! Os meus olhos faíscavam!! Os meus pais olhavam para mim completamente embevecidos. Nunca mais vou esquecer-me desse Natal.

Agora que espero um filho, pergunto-me se irei achar graça ao Natal novamente. Mas acima de tudo anseio por sentir o mesmo que os meus pais sentiram quando viram a alegria da filhota deles a desembrulhar os presentes e a agradecer-lhes com o olhar pois nem conseguia falar! A mesma alegria que vi 22 anos depois quando desembrulhei um presente de casamento que eu nunca havia esperado receber. Um presente de casamento que afinal era só mesmo para mim.

E antes que abra aqui o berreiro, deixo a lista de presentes que recebi (dos meus pais) há 25 anos atrás. A saber:
- Um pónei azul (My Little Pony) com cabelos cor de rosa;
- Um conjunto de tecelagem (até fiz uma carteirinha em lã para colocar o passe);
- Uma boneca de trapos que ficou a chamar-se Patusca (porque, de facto, era-o);
- A quinta dos Pin Y Pon’s
- Uma camisola do Balão;
- Umas peúgas com corações;
- Dois pares de cuecas: um com o desenho do Piu-Piu e outro com o Sylvester;
- Um par de ganchos para o cabelo, em forma de laçarotes.

Sem cinismos, desejo-vos “ A TODOS UM BOM NATAAAAAALLL” !!!

terça-feira, dezembro 05, 2006

Vasco, querido Vasco

Principalmente depois da Mipinha o ter mencionado no comentário ao post anterior. Ei-lo: Vasco Granja, aquele que quase só apresentava desenhos animados da ex-União Soviética.



Recordo-me em especial de um ursinho de peluche animado. Acho que era dos poucos desenhos animados "soviéticos", ou mesmo o único, que eu achava alguma piada. Todos os outros eram incrivelmente chatos! Mas verdade seja escrita: Vasco Granja na TV significava que estava na hora dos "bonecos" YEEEEIIII

quarta-feira, novembro 29, 2006

Nunca pensei dizer isto, mas...

...sinto saudades do TV Rural e do Sr. Eng.º Sousa Veloso com as suas belas suíças. Em miúda detestava o programa, pois tinha de ficar à espera que o mesmo terminasse (dava ao Sábado ao fim da manhã), para ver o Jornalinho e os desenhos animados. Mas agora, que saudades do Eng.º Sousa Veloso e da árvore animada (e depois frutos)no início do programa acompanhada por uma música toda tirolesca.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Marretas Bébés

Eram tão fofinhooooooos (sim eu era já uma adolescente quando via isto :S)

quarta-feira, novembro 22, 2006

Precisava tanto...

...da minha "botibota" à volta do tornozelo, para erradicar o stress :S

quarta-feira, novembro 08, 2006

Karaté - Uma questão de vocação

Com 15 anos decidi inscrever-me no karaté. O clube recreativo lá da rua tinha aberto inscrições recentemente para a modalidade referida e eu pensei “e porque não?” . E lá fui eu. Tinha aulas às Segundas, Quartas e Sextas, sempre às 19h00. O irmão da minha vizinha emprestou-me o kimono pois já tinha desistido do judo e tive apenas de comprar o belo do cinturão. Branco, como é óbvio. Bem, depois de ter reunido condições (essencialmente equipamento) para a prática do karaté, lá iniciei o meu percurso pelo mundo das artes marciais que se prolongou até eu ter completado 19 anos.

Não foi fácil! Não foi mesmo nada fácil! No primeiro dia o Mestre “rebentou” comigo. Eu não tinha Educação Física no liceu, logo não tinha qualquer preparação. Fiz tantos exercícios de aquecimento e repeti tanto a kata do meu dan (ou cinto, já nem me recordo o nome que atribuíam) que no dia seguinte nem conseguia sentar-me!! Com o passar do tempo, lá me fui habituando e ao fim de um ano já tinha arranjado alcunhas para alguns dos meus colegas e já era chamada para as demonstrações de combate (o chamado komité) essencialmente porque passava o tempo a gozar com o pessoal e era uma forma subtil do meu Mestre se vingar, cravando-me vigorosos socos no abdómen. Nem com esses castigos aprendi. Gozei com o pessoal até ter desistido do karaté.

Era impossível não gozar. Juro!! Só o facto de andarmos descalços era meio caminho andado! Imagine-se: adolescentes chulipentos a treinar! Blargh! Tanta vez que recusei fazer aquecimento com o Chulé Pé exactamente pelos motivos que me levaram a dar-lhe aquela alcunha. E os saltos de coelho? Era humanamente impossível para mim saltar à volta do ginásio quando o Peidorreiro se gazeava todo por cada pulo que dava. Eu passava o tempo todo a rir. Depois era a Carla Felpa, mas essa fazia parte do grupo de karatecas dos bombeiros: exibia com orgulho o seu peito felpudo. Dizia que eram pêlos de estimação. Daí a colocar-lhe o apelido de Felpa foi um tirinho. Depois havia o Urso. Era Urso porque quando emitia o Kiay (ou lá como é que isto se escreve), parecia um urso esfomeado após um longo período de hibernação: UUUUUUUÔOOOSSSSSS (era mais ou menos um som como este).

Lembro-me das palavras do meu Mestre quando a minha mãe o questionara sobre o estágio que eu ía frequentar:
- D. Mãe, a sua filha, bom, como é que eu vou descrever a sua filha?! Não quer ficar ao pé de fulano porque cheira mal dos pés, se ficar com beltrano é porque cheira mal da boca, portanto também não quer. Não grita nos exercícios (o kyai), porque diz que parece mal estar ali aos gritos. A meio dos combates, faz uma pausa para arranjar o kimono. Para ela tudo é motivo para dar largas à imaginação e divagar sobre o mais improvável. No entanto é uma pequena adorável....:S

E por aqui me fico. Farei mais relatos das minhas aventuras no mundo do karaté, até porque foram mesmo muitas. E do Body Pump também. E do Step. E do Volei. E tudo e tudo. ;)

segunda-feira, novembro 06, 2006

Love Kills

Hoje deu-me para isto :S

Deve ser do tempo, ou então apenas porque sempre foi uma das minhas preferidas, ou então porque me faz lembrar as minhas paixões na adolescência, todas elas de caixão à cova...ai ai, até denoto um piqueno lacrimejar nas "vistas"

quinta-feira, novembro 02, 2006

Fazia-me tanta falta...

...uma pochette como a do SPORT BILLY!!!!





sexta-feira, outubro 27, 2006

TIME BANDITS - ENDLESS ROAD

"And I want you to know, my love, it's an endless road lai lai lai ri lai

quinta-feira, outubro 26, 2006

Inocentes 5 anos

Eu - Oh vó, o vô deu um peido!!!
Avô - Tá calada piquena!!!! (avô visivelmente constrangido)
Eu - Mas é verdade! O vô deu um peido!! Eu ouvi!!
Avô - Não vês que é o banco a ranger?!

19hrs, chega a minha mãe para me levar

- Oh mãe, o vô peida-se e depois diz que é o banco que faz barulhos :D

sexta-feira, outubro 20, 2006

Ottawan-D.I.S.C.O.

Adoro a música, mas LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL, o fatinho da menina e o pézinho de dança do casal...esperem esperem...LOOOOOOOOOOOOOL

quarta-feira, outubro 18, 2006

Olha que lindo!

Faço anos no Dia Mundial do Animal e o aniversário do meu casamento coincide com o Dia Mundial da Menopausa! É coisinha para me aconselhar na Maya.

terça-feira, outubro 17, 2006

Earth & Fire - Weekend (Videoclip)

AAaaaahhhh encontrei

Earth & Fire (1979)

Ouvi-os hoje na Antena 3, na "Máaaaaquina do Tempoooooo". Confesso que há já bastantes anos que não ouvia isto. Faz-me lembrar os tempos em que passeava à noite, na Costa de Caparica, com os meus pais. Lembro-me de ouvir esta música - Weekend - quando passava à porta dos diversos cafés e bares da outrora fantástica Rua dos Pescadores. Infelizmente não consigo fazer o "dauló" da música. Fica aqui a letra para quem se recorda:

"Sunday and it’s so hard to say goodbye
I don’t know what to do passing the days without you
Friday night when I see you again
You’ll make a fool out of me
I don’t wanna be your lover for the weekend

Sometimes when I’m looking at your face
There’s something in your eyes that makes me realize
We’ve got no chance if we’re going on this way
You mean such a lot to me
I don’t wanna be your lover for the weekend

Chorus:

Love in a woman’s heart
I wanna have the whole and not a part
It’s strange that this feeling grows more and more
‘Cause I’ve never loved someone like you before

Sunday and it’s so hard to say goodbye
I don’t know what to do passing the days without you
Friday night when I see you again
You’ll make a fool out of me
I don’t wanna be your lover for the weekend

Chorus (2x)

Sometimes when I’m looking at your face
There’s something in your eyes that makes me realize
We’ve got no chance if we’re going on this way
You mean such a lot to me
I don’t wanna be your lover for the weekend

Chorus (3x)"

sexta-feira, outubro 13, 2006

Armas de arremesso

Quando ficava sozinha em casa, corria para a varanda, munida de batatas greladas para arremessar a quem passava na rua. Depois escondia-me, claro, e ficava divertida a ouvir os comentários das pessoas, do género: "quésta merda?!" ou "se te apanho aperto-te o pipo". Chegava a cortar as batatas em cubos para render mais.

Também costumava experimentar a sorte à noite, enquanto a minha mãe ficava hipnotizada a ver a novela e o meu pai ía até à rua beber café. Nessas alturas, e para não estar sempre a passar pela minha mãe para reabastecer o meu stock de batatas, até o carvão para o churrasco ou os "terrões" dos vasos serviam. Cheguei a trocar munições com a minha vizinha do lado, dependendo da localização do alvo. Ficávamos horas a rir do figuraço do pessoal a "mandar vir" em todas as direcções com a esperança de vislumbrar alguém suspeito. Quando a minha prima passava fins de semana comigo, também alinhava na brincadeira e até conseguia encontrar pedras para atirar, após esgatafunhar arduamente, os vasos da minha mãe.

Até pedras do aquário dos meus pais utilizei como arma de arremesso. Até ao dia em que acertei no meu próprio pai, que ao reconhecer as pedras, galgou as escadas do prédio sem paciência para esperar pelo elevador, e meu presenteou com uma vigorosa chapada dos dentes que me fez sentir como se tivesse injectado as beiças com silicone, botox ou até picante (fiquei com beiças pisca-pisca).

Hoje também gostava de fazer o mesmo. Sem o risco da chapada nos dentes. Aliás, sem qualquer risco associado. Mas daqui do terraço do meu local de trabalho. E nada de batatas. pedras ou terrões. Era mesmo com os cócós dos pombos que povoam os beirais destas janelas. E com clips, mas numa fisga porque assim dói mais!

Já me sinto melhor. Não descomprimi da forma que queria, mas confesso que ter expressado esta minha vontade, me deixou bem mais solta. Bom fim de semana!

segunda-feira, outubro 09, 2006

Nojo, nojo, nojo!!!

Quem é que nunca teve a experiência agonizante de sentir as faces limpas por uma ponta de lenço cuspida pela avó ou avô? Ou mesmo pelos pais?! Ficava agoniada o resto do dia...nojo, nojo, nojo. Cada vez que me lembro, credo!!! A imagem da minha avó e/ou avô, direitinha a mim, com aquela ponta de lenço impregnada de saliva para me limpar o chocolate, ou os bigodes de leite...oh meu Deus!!!

Era mesmo só para partilhar isto! Mas espero sinceramente existam mais almas molestadas pelo lenço cuspido. Pleaaaase!!!

sexta-feira, setembro 22, 2006

"Baby I don't care"

Ou então o "I want your love". Estou a referir-me a quê/quem?! TRANSVISION VAMP e a arrojada Wendy James. UUUHHH YÉÉEEE BEIBI!





terça-feira, setembro 19, 2006

Escola Secundária

Ano lectivo 1987/1988, 7º ano de escolaridade, aula de matemática:

Professor: Vocês não prestam atenção às aulas. Deviam ter consciência de que a matemática é fundamental em todas as profissões, quer sejam padeiros, talhantes, costureiras, peixeiras...por falar nisso, CAMÉLIA FAÇA O FAVOR DE FICAR CALADA UM MOMENTO. BOLAS, QUE PEIXEIRA!!

Eu (com pose de ranhosa): Olhe "stôr" por acaso eu até podia ser peixeira, por acaso até podia ser peixeira!!!

Professor: PUDERA! VOCÊ TEM CARA DE CORVINA!!!!

E depois disto, para mim, foi o degredo. Bom, ok, só até ao final da aula, depois a malta esqueceu e lá pararam de rir.

E não, não tenho cara de corvina!!!

quarta-feira, setembro 13, 2006

Contos de Andersen

Quem não se recorda dos Contos de Andersen na RTP, durante a semana ao final da tarde? Daqueles contos tão tristes, tão tristes que nos faziam chorar copiosamente (pelo menos eu chorava)? Pois hoje lembrei-me de um deles, um dos que mais me marcou: A menina dos fósforos.

"Era véspera de Ano Novo. Fazia um frio intenso; já escurecia e caía neve. Mas a despeito de todo o frio, e da neve, e da noite, que caía rapidamente, uma criança, uma menina, descalça e de cabeça descoberta, vagava pelas ruas. É certo que estava calçada quando saíu de casa; mas os sapatos eram muito grandes, pois que a mãe os usara, e escaparam-lhe dos pezinhos gelados, quando atravessava uma rua a correr, para fugir de dois carros que vinham a toda a velocidade. Não encontrou um dos chinelos e o outro apanhou-o um rapazinho, que saiu disparado e a dizer que aquilo iria servir de berço aos seus filhos, quando os tivesse. Continuou, pois, a menina a andar, agora com os pés nús e gelados. Levava no avental velhinho uma porção de caixas de fósforos e tinha uma delas na mão: não conseguira vender uma só em todo o dia, e ninguém lhe dera esmola - nem um só vintém.

Assim, morta de fome e frio, ía arrastando-se penosamente, vencida pelo cansaço e o desânimo - a estátua viva da miséria.

Os flocos de neve caíam pesados, sobre os lindos cachos louros que lhe emolduravam graciosamente o rosto; mas a menina nem dava por isso. Via, pelas janelas das casas, as luzes que brilhavam lá dentro; vagava na rua um cheiro bom de pato assado - era a véspera do Ano Novo - isso sim, não o esquecia ela.

Achou um canto, formado pela saliência de uma casa, e acocorou-se ali, com os pés encolhidos para abrigá-los ao calor do corpo; mas cada vez sentia mais frio. Não se animava a voltar para casa, porque não tinha vendido uma única caixinha de fósforos, e não ganhara um vintém; era certo que levaria algumas lambadas. Além disso, lá fazia tanto frio como na rua, pois só havia o abrigo do telhado, e por ele entrava o vento, a uivar, apesar dos trapos e das palhas que lhe tinham vedado as enormes frestas.

Tinha as mãozinhas tão geladas... estavam duras de frio. Quem sabe se acendendo um daqueles fósforos pequeninos, sentiria algum calor? Se se animasse a tirar um ao menos da caixinha, e riscá-lo na parece para acendê-lo... Ritch!... Como estalou, e faiscou, antes de pegar fogo!
Deu uma chama quente, bem clara, e parecia mesmo uma vela, quando ela o abrigou com a mão. E era uma vela esquisita, aquela! Pareceu-lhe logo que estava sentada diante de uma grande estufa, de pés e maçanetas de bronze polido. Ardia nela um fogo magnífico, que espalhava suave calor. E a meninazinha ía estendendo os pés enregelados para aquecê-los e... crac! Apagou-se o clarão! Sumiu-se a estufa, tão quentinha, e ali ficou ela, no seu canto gelado, com um fósforo apagado na mão. Só via agora a parede escura e fria.

Riscou outro. Onde batia a sua luz, a parede tornava-se transparente como a gaze, e ela via tudo lá dentro da sala. Estava posta a mesa, e sobre a toalha alvíssima via-se, fumegando entre toda aquela porcelana tão fina, um belo pato assado, recheado de maçãs e ameixas. Mas o melhor de tudo foi que o pato saltou do prato e, com a faca ainda cravada nas costas, foi pelo soalho direito à menina que estava com tanta fome, e...

Mas - que foi aquilo? No mesmo instante acabou-se o fósforo, e ela tornou a ver somente a parede nua e fria, na noite escura. Riscou outro fósforo, e àquela luz resplandecente, viu-se sentada debaixo de uma linda árvore de Natal. Oh! Era muito maior, e mais ricamente decorada do que aquela que vira, naquele Natal, ao espreitar pela porta de vidro da casa do negociador rico. Entre os galhos brilhavam milhares de velinhas; e estampas coloridas, como as que via nas vitrinas das lojas, olhavam para ela. A criança estendeu os braços, diante de tantos esplendores, e então, então... apagou-se o fósforo. Todas as luzinhas de natal foram subindo, subindo, mais alto, cada vez mais alto, e de repente ela viu que eram estrelas, que cintilavam no céu. Mas uma caiu lá de cima, deixando uma esteira de poeira luminosa no caminho.

- Morreu alguém - disse a criança.

Porque sua avó, a única pessoa que a amara no mundo, e que estava morta, lhe dizia sempre que quando uma estrela desce, é que uma alma subiu para o céu.
Agora ela acedeu outro fósforo; e desta vez foi a avó que lhe apareceu, a sua boa avó, sorridente e luminosa, no esplendor da luz.
- Avó! - gritou a pobre menina - Leva-me contigo... Já sei que quando o fósforo se apagar, tu vais desaparecer, como se sumiram a estufa quente, e o rico pato assado, e a linda árvore de Natal!
E a coitadinha pôs-se a riscar na parede todos os fósforos da caixa, para que a avó não se desvanecesse. E eles ardiam com tamanho brilho, que parecia dia, e nunca ela vira a vovó tão alta, nem tão bela! E ela tomou a neta nos braços, e voaram ambas, num halo de luz e de alegria, mais alto, e mais alto, e mais longe... longe da terra, para um lugar lá em cima onde não há mais frio, nem fome, nem sede, nem dor, nem medo, porque elas estavam agora com Deus.

A luz fria da madrugada achou a menina sentada no canto, entre as casas, com as faces coradas e um sorriso de beatitude. Morta. Morta de frio, na última noite do ano velho.
A luz do Ano Novo iluminou o pequenino corpo, ainda sentado no canto, com a mão cheia de fósforos queimados.
- Sem dúvida ela quis aquecer-se - diziam.
Mas... ninguém soube das lindas visões, que visões maravilhosas lhe povoaram os últimos momentos, nem em que halo tinha entrado com a avó nas glórias do Ano Novo."

Bolas, ainda me causam o mesmo efeito.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Uh uh uh uh Nostalgiaaaaa....

...que por acaso era o jingle da Rádio Nostalgia que é agora a Rádio Clube Português! Mas não era sobre isto que eu queria escrever. Era sobre as saudades que sinto de filmes parvos, disparatados, de humor fácil e de teor sexual à mistura. Filmes como o Porkys (I, II e III), Gelado de Limão (I, II, III e acho que fizeram mesmo uma arca cheia de Gelados de Limão porque já cheguei a ver o V), Os Tarados do Rio Louco, João Broncas e por aí fora!

Face à saudade que sentia, procurei no google imagens que me fizessem suspirar pela minha adolescência, onde, ao assistir aos referidos filmes, ou escancarava a boca de tanto rir, ou fazia um riso à Mutley, para não dar muita "cana" pelo rubor que espelhava na face quando apareciam cenas mais picantes. Mesmo assim não passava despercebida uma vez que a rir daquela maneira, elevava os ombros freneticamente. Quem estivesse atrás de mim poderia pensar que, caso não estivesse a rir, estaria concerteza a ser electrocutada. Adiante. Encontrei esta imagem (não posso perder muito tempo a procurar imagens...a paciência é pouca)!























Já agora, a jeito de agradecimento após ter ganho um troféu qualquer (e porque não tem nada a ver com os outros filmes que mencionei), também gostava de acrescentar que gostei muito do "Feios, Porcos e Maus". Era só. Mtóbrigada!

terça-feira, setembro 05, 2006

Opá lembrei-me...

...e vai daí

"- Olá, olá, outra vez nas compras?!
- Foi só uma saia, Guida
- Espero que tenha bolsos...para esconder essas mãos!!
- Que queres? É de lavar a loiça!
- Mas o novo Palmolive (blá blá blá) trata as tuas mãos, enquanto lavas a loiça!!

PALMOLIVE LOIÇA, BLÁ BLÁ BLÁ BLÁ"

Do mal o menos, porque há duas horas atrás estava a trautear o "Boys, boys, boys" da Sabrina with the big bubbies!

Acho que ainda não é hoje que termino o plano para o próximo triénio :S

segunda-feira, setembro 04, 2006

Conan, o rapaz do futuro

Mas eu gostava mais do Jimsy...



sexta-feira, agosto 18, 2006

Cromos

Na escola primária, fiz colecção destes cromos: "Adoro-te". Até tinha uma folha quadriculada, onde listava o nr. de cromos total para ir riscando à medida que os fosse adquirindo ou trocando. Só depois de ter a colecção quase completa é que comprava a caderneta. Eram umas figurinhas bem mimosas, cromos típicos para raparigas. Ora aqui está uma piquena amostra:




Entretanto os moçoilos, com a esperteza dos 6/7 anos, perguntavam:
- Que cromos coleccionas?
- Adoro-te.
- Adoras-me? :P

E com esta me despeço. Vou de férias que também mereço! :D

quarta-feira, agosto 16, 2006

Putos ranhosos II

Escola Secundária Afonso Domingues, ano lectivo 1987-1988, 7º ano de escolaridade:

Puto ranhoso: oh Camélia, queres ver os meus olhos a deitarem fumo do cigarro?

Eu (parvalhona naif): força!! Ora faz lá! (fixando os meus olhos nos dele)

AAAAAAAAARRRRRGGHHHHH!!! (sentindo o calor doloroso da beata na minha mão)

Puto ranhoso: ahahahahahahahahahahahahahahahahhaha

Depois chamei-lhe 30 nomes, peguei na mochila e corri desalmadamente, com a mão queimada, mas desejando que ficasse só com aquele ferimento pois já tinha 4 putos ranhosos no meu encalce (ou encalço?) para me tratarem do resto da saúde :S

Safei-me até ao intervalo seguinte...quando, mais uma vez, me empurraram pela escada. Cambada de índios! Eh!

sexta-feira, agosto 11, 2006

Momento Rádio Clube Português IV

Ou o ritmo adequado para "evaporar" a mousse de chocolate do almoço :S

Just a Steel-Town girl on a saturday night
Lookin for the fight of her life
In the real time world no one sees her at all
They all say she's crazy

Lockin rythms to the beat of her heart
Changing moment into light
She has danced into the danger zone
When the dancer becomes the dance

It can cut you like a knife
If the gift becomes the fire
All the while you're stuck between
What's will and what will be

She's a maniac, maniac on the floor
And she's dancing like she never danced before
She's a maniac, maniac on the floor
And she's dancing like she never danced before

On the ice-filled line of sanity
It's a place most never see
It's a hard-won place of mystery
You can touch it but can't hold it

You work all your life for that moment in time
It can come or pass you by
It's a push of the world but there's always a chance
If the hunger stays alive

There's a cold kenetic heat
Struggling, stretching for the beat
Never stopping
With her hair against the wind


la la la la la la la la
la la la la la la la la

It can cut you like a knife
If the gift becomes the fire
All the while you're stuck between
What's will and what will be

She's a maniac, maniac at your door
And she's dancing like she never danced before
She's a maniac, maniac at your door
And she's dancing like she never danced before

Hall & Oates

segunda-feira, agosto 07, 2006

A mercearia do sr. Manuel

Antes dos grandes hipermercados, existiam (e ainda existem sob a forma de sobreviventes), as mercearias. Na minha rua havia uma mercearia, “gerida” pelo sr. Manuel, de espaço bem reduzido e muito escura, com gavetões em madeira onde armazenava o grão, e os vários tipos de feijão que comercializava ao litro.

Tinha um frigorífico para o queijo flamengo, iogurtes Bom Dia, queijo fresco, fiambre e refrigerante Fruto Real. O congelador só dava para os gelados FÁ e para a pescada. Num duns armários de porta de vidro, eram exibidos torresmos e toucinho. O papel pardo abundava em cima da bancada de mármore como abundam agora os sacos nas caixas dos supermercados.

O Sr. Manuel já tinha alguma idade. Muito careca, arrepanhava os poucos cabelos que tinha, bastante compridos, e com a ajuda da brilhantina, espalhava-os por cima da cabeça, para dar uma aparência menos calva. Eu costumava ir lá à Sexta-Feira ao final da tarde com a minha mãe, para telefonar ao meu pai a combinar o jantar. Lá íamos nós até à Baixa, fazer as compras da semana à Manutenção Militar e depois jantar ao Verde Mar (para mim era um bitoque oh faxavôr).

Os meus avós é que eram clientes mais assíduos do sr. Manuel. Bem, o destino final das compras era quase sempre o meu estômago: iogurte natural com morangos, gelados, Farinha Predilecta, queijo e Fruto Real de laranja (sim, sim, sempre me alimentei muito bem). Também gostava muito do feijão catarino cozido, com cebola picada e bastante azeite, mas isso agora não interessa nada.

O Sr. Manuel só deixou a mercearia quando ficou doente. Tinha ficado viúvo há pouco tempo e o único filho que tinha havia falecido há cerca de um ano. Deixou-se ficar na mercearia para combater a solidão. Mas a idade não perdoa e o desgosto muito menos. Adoeceu e faleceu pouco tempo depois. A mercearia deu lugar a um talho gerido pelo Nuno, um puto novo. Os meus pais fazem compras lá. Se calhar daqui a uns anos, quando tiver filhos, serão eles a frequentar o talho com os avós que tratarão de comprar os melhores bifes para os netinhos... se calhar...

terça-feira, agosto 01, 2006

Não tenho saudades nenhumas disto!

Ainda me recordo quando a série começou. Dava aos Domingos ao serão. Os meus pais só viram os primeiros episódios, depois aquilo começou a enjoar. Valia a maldade do JR. E a coitadinha da Pam Ewing. Blargh! E eu tinha de gramar com aquilo porque a RTP 2 também não dava nada de jeito. Bolas! Aqui ficam imagens...até já estão em DVD, ca maravilha, oh uoh!



segunda-feira, julho 24, 2006

Outra Pancada!!

Nas férias de Verão, em S. Pedro do Sul, passava a maior parte do tempo a brincar com os putos lá da terrinha, principalmente com o Carlos, que morava perto da casa dos meus avós. O Carlos era (e é) cerca de 6 anos mais velho que eu mas acabava por passar a maior parte do tempo a brincar comigo, tipo irmão mais velho. Quando saía com os meus pais para algum lado, a passeio, o Carlos vinha sempre connosco. E assim se passava o mês de Agosto.

Um desses dias deixei de achar graça ao Carlos. Fiquei mesmo a detestá-lo. A casa dele estava toda cercada por vinhas extensas. Eu passeava por ali, devia ter uns oito anos, e o elástico da cueca rebentou. A porcaria da cueca começou a cair e eu, olhando para todos os lados, puxo a saia para cima e zucas, um nó na cueca p/aguentar até casa. Qual não é o meu drama, horror e espanto quando o Carlos sai de entre as vinhas e grita:
- Eu vi o teu pipiiii!! Eu vi o teu pipi!!!!

Bem, fiquei possessa! E com um ódio terrível pela falta de respeito! Ao menos que se deixasse ficar escondido!! A partir desse dia, chamava-lhe tudo menos pelo próprio nome. E os meus pais sem saberem qual o motivo de tanta raiva. Só me diziam:
- Mas tu gostavas tanto dele! Que diabo te deu?

Eu não dizia nada. Acho que só me faltou espumar da boca. Que ódio!!

Ora bem, entretanto eis que alcanço a parva idade de 14 anos, sinónimo de adolescente de pito aos saltos. Nessa altura havia já desenvolvido um gosto peculiar pela poesia. E pela cidade de Coimbra que para mim representava (e de alguma forma, ainda representa) a cidade dos delírios de amor, dos poetas, enfim, hei-de escrever algum post sobre isto. E o que é entretanto aconteceu? O Carlos entrara para Engenharia Agrícola em Coimbra. E mais: O rapaz estava giro! Já não passava tanto tempo no Fujaco. Tinha carro, amigos e amigas. Ficávamos à conversa horas seguidas no final da tarde e mesmo já depois do jantar. Recitava poemas. Demonstrava uma mente brilhante. Eu estava deliciosamente encantada e já havia esquecido o incidente das cuecas, aliás, naquele momento até me podia ver nua que eu não me ralava nada, eh eh eh.

Como em Agosto o Fujaco rompia pelas costuras com a emigrantada e o pessoal de Lisboa, o Carlos ficava por lá. Passávamos a tarde na Poça do Vale, um pequeno sistema de rega no meio de nenhures que servia de piscina natural para a malta. O caminho para lá é que era horroroso. Tínhamos de atravessar penhascos, carreirinhos no meio de milheirais e couves, era horrível mesmo. Mas eu vi nesse caminho horrível uma oportunidade para “atirar-me” ao Carlos. E atirei-me mesmo!! Na descida de um dos penhascos, simulei uma queda na esperança que ele me amparasse naqueles braços vigorosos. Mas não. O Carlos não me amparou e eu dei por mim a rolar penhasco abaixo. Parti-me toda! Valeu-me a Poça para lavar os arranhões nos joelhos, nos cotovelos, nas mãos e no rabo. E o Carlos só se ria. Topou-me a milhas!!

Já à noite, pedi-lhe para ir comigo até à povoação. O caminho até lá era bastante escuro e também bastante longo (3 kms). Aceitou. No regresso, comentei:
- Já viste que noite soberba?! O céu parece um manto de rendilhados com tanta estrela! E o sussurro do vento entre os pinheiros?! Que brisas deliciosas!
Ao que o Carlos responde:
- Olha nós agora podíamos ter aqui uma experiência do outro mundo!!

O meu coração subiu até à boca, as pernas estavam bambas e eu só pensava “UNGA UNGA é hoje, é hoje!!!”
Tentei disfarçar a emoção com algum desinteresse na resposta:
- Ai sim?! Que experiência?
- Bem, podíamos ser raptados por uma nave cheia de alienígenas e assim tínhamos uma experiência extra-terrestre!!

Naquele momento tive a sensação de levar com um martelo na cabeça. Optei por sorrir sem responder. Se o fizesse diria:
- Se fosses pó c****** mais à m**** dos aliens!

Enfim, mais uma pancada que não me levou a lado nenhum.

segunda-feira, julho 17, 2006

Frases que davam jeito...

...se eu tivesse 8 anos!

Para empurrar trabalho:
- Passa ao morto e não ao mesmo!

P/chatear o pindérico da Comercial:
- Puto xarila! Macaco sem pila

P/oferecer ao chefe:
- olhá bélinha...(PUMBA NA TESTA)

P/ir tomar o pequeno-almoço com autorização do chefe:
- um quarto d'hora....(PUMBA NA PESCOCEIRA)

P/o magricela da Informática:
- lá vai alho...(PUMBA NOS COSTADOS)

P/a recepcionista da portaria:
- Cabra cega! Cabra cega!!

E quem souber mais, do tempo em que havia recreio, faça o favor de se manifestar!!

quinta-feira, julho 13, 2006

Pergunta p/Alfacinhas...e não só

Alguém se recorda do Tolan? Aquele barco que "se virou" no Tejo e cujo casco por ali ficou durante uma série de anos?! Não?!

Eu até fui para a Praça do Comércio assistir à remoção do dito. Foi notícia e tudo! Ah pois!

terça-feira, julho 11, 2006

Canções p/cotovelos II

"Sandokan, Sandokan
Sem cuecas e soutien"

Eh eh eh

sexta-feira, julho 07, 2006

Répi Berssedei

Ao meu maridão....



FELIZ ANIVERSÁRIO!!!



Muitos anos de vida, comigo ao pé de ti, SEMPRE!!!!
E agora vá, bute lá comemorar com a malta, né môri?! Beijos da tua "bicicleta"....muitos ;)

quinta-feira, julho 06, 2006

O "30"

O Manel era um puto ranhoso lá de S. Pedro do Sul. Era mais novo que eu uns 4 anos. Tinha por alcunha “33” porque andava sempre a correr pelas terriolas e dizia que ía a 33 à hora (velocidade estonteante). Para abreviar, a malta chamava-lhe 30.

Até aos 15-16 anos, eu costumava passar as férias com os meus avós em S. Pedro do Sul, mais precisamente no Fujaco (creio que já falei sobre esta terra, mas agora não me apetece verificar se o fiz) que fica num vale no meio da Serra da Arada. A casa dos meus avós fica no cimo do vale, ou melhor, já no alto da montanha que lhe dá acesso, e o sótão, cuja entrada se faz pelo lado exterior da casa, através duns degraus de pedra, tem um fosso estreito a separá-lo da estrada. Por norma, no final da tarde, eu estava sempre nesses degraus, na palheta com a malta. E a minha avó estava cá em baixo no pátio, no cházinho com as vizinhas e cunhadas e primas (sim, porque lá na terra, 90% da população é família). Numa dessas vezes, o 30 foi para lá melgar-nos. Era mesmo um puto ranhoso. Como era mais novo que a malta, não se encaixava nos temas de conversa. Nesse dia, achou que devia melgar-me. E melgou! Chamou-me feia e gorda. E a malta a rir. E claro, eu não gostei e para demonstrar-lhe o meu desagrado empurrei-o para o fosso. Partiu-se todo. Apareceu à minha avó a tremer que nem varas. A minha avó só perguntava:
- O que foi Manel? Que te aconteceu Manel? Manel? Estás bem rapaz?
E o Manel só apontava para cima, em direcção ao sotão, tentando balbuciar o meu nome, mas faltava-lhe o ar...e o pessoal cá em cima bem caladinho.

Desde esse dia, o 30 nunca mais se meteu comigo. Foi sempre muito educado. Hoje, quando visito o Fujaco, esboça um sorriso medroso sempre que me vê. Não vejo porquê. Era incapaz de fazer-lhe mal....

quarta-feira, julho 05, 2006

quinta-feira, junho 29, 2006

E já agora....

...convém recordar o Michael Paré (lindooooo) e a Diane Lane.



Momento Rádio Clube Português III

1984, Banda sonora desse grande filme "Streets of Fire" que eu devorei n vezes assim que o meu pai comprou um vídeo beta.

Lying in your bed and on a Saturday night
You're sweatin' buckets and it's not even hot
But your brain has got the message
And it's sending it out
To every nerve and every muscle you've got

You've got so many dreams
That you don't know where to put 'em
So you'd better turn a few of 'em loose
Your body's got a feeling that it's starting to rust
You'd better rev it up and put it to use

And I don't know how I ever thought that I could make it all alone
When you only make it better
And it better be tonight
And we'll fly away on those angel wings of chrome in your daddy's car
Waiting there for you tonight
I'll be there for you tonight

Even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
And even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
And your speed
Is all you'll ever need
All you'll ever need to know
Darlin', Darlin'-

You and me we're goin' nowhere slowly
And we've gotta get away from the past
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast

Everybody's goin' nowhere slowly
They're only fighting for the chance to be last
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast
It's so much better goin' nowhere fast

Ah...

Stalkin' in the shadows by the light of the moon
It's like a prison and the night is a cell
Goin' anywhere has gotta be heaven tonight
'Cause stayin' here has gotta be hell
Dyin' in the city like a fire on the water
Let's go runnin' on the back of the wind
There's gotta be some action on the face of the earth
And I've gotta see your face once again

And I don't know where I ever got the bright idea that I was cool
So alone and independent
But I'm depending on you now
And you'll always be the only thing that I just can't be without
And I'm out for you tonight
I'm comin' out for you tonight

Even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll (ready to roll)
Even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
And your speed
Is all you'll ever need
All you'll ever need to know
Darlin', Darlin'-

You and me we're goin' nowhere slowly
And we've gotta get away from the past
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast

Everybody's goin' nowhere slowly
They're only fighting for the chance to be last
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast
It's so much better goin' nowhere fast

Godspeed
Godspeed
Godspeed
Speed us away!

Godspeed
Godspeed
Godspeed
Speed us away!

Godspeed
Godspeed
Godspeed
Speed us away!

(We're goin' nowhere fast!)

(Ah...)

Fire Inc. - Nowhere Fast

segunda-feira, junho 26, 2006

Grandes Bruxas!





As bruxas actuais são muito dissimuladas! Pelo menos a Maga e a Min mostram a "raça" ;)

terça-feira, junho 20, 2006

"X"

O “X” não era mais que um esconderijo numa pequena encosta da avenida paralela à minha rua. Tinha uns arbustos e no cimo da encosta havia uma vedação a separá-la dos quintais que haviam por detrás dos prédios e um dia, quando passávamos a pé pela avenida, para colher azedas, demos conta de que aquele seria o “espaço” ideal para as meninas se reunirem. Foi então que eu, a Liliana e a Patrícia, decidimos baptizar o local com o invulgar nome de X.

Aquele lugar era perigoso. Ficava próximo da avenida, os quintais estavam desertos ao fim de semana e se nos acontecesse alguma coisa, nem com gritos nos ouviam. Mas era o nosso esconderijo. Não dava para jogar à apanhada. Não dava para as escondidas porque a encosta era bastante íngreme, não dava mesmo para nada. Era mesmo só para o “stick around” ou o “hang out”. Não se falava sobre nada. Era mesmo só porque era o nosso esconderijo. E fazer disso segredo era o máximo. Uma das vezes, na maioria delas ao Sábado, estava eu e a Liliana a colher azedas quando a maluca da Patrícia resolve trepar a encosta para ver se conseguia entrar nos quintais. Nem 5 minutos passaram quando a Patrícia sobrevoou literalmente as nossas cabeças e estatelou-se na avenida. Partiu-se toda. Tinha visto uma cobra. Uma cobra muito grande. A Liliana foi ver. Não era uma cobra. Era uma peúga velha. Ainda hoje, se nos virmos, gozamos com ela por causa da peúga.

Entretanto fiz 10 anos. Elas eram um ano mais velhas que eu. Começaram a jogar ao bate-pé. E nada melhor do que jogar no “X”. Assim ninguém iria contar aos pais. Os putos ranhosos começaram a frequentar o dito local. Honestamente, odiava o jogo. E acabaram por gozar comigo por isso. Costumavam dizer: se disseres a palavra “linguado” ao pé da Camélia, dá-lhe 1 minuto e nunca mais a vês!!!

Era verdade. Deve ter sido fruto da má experiência que tive da primeira vez que joguei. Só conseguia associar aquela boca a uma lula gigante, uma ventosa ou um desentupidor de lavatórios. Juro. E aquilo parecia-me tão medonho que eu dizia sempre: a minha mãe está a chamar-me. E zumba!!! Pirava-me dali. É que nem olhava para trás. Os anos passaram, e se jogasse ao bate-pé, levava só com o beijo na cara ou um aperto de mão. Foi nesta altura que descobri as maravilhas do skate. E que andava sempre de fato de treino e ténis de marca. Parecia um puto (depois com 15 anos parecia uma matrona de 30, com os chumaços, a popa, as mini-saias de veludo/pele de pêssego e as camisolas angorá estampadas. Agora, com 30 pareço uma pita de 15, mas isso agora não interessa nada, antes pita que matrona).

Entretanto, o “X” deixou de ter aquela magia de esconderijo de miúdas. Já toda a gente conhecia aquilo. Acho que passei a ir lá uma vez por mês. Depois nem isso. Estavam sempre casais por lá. Nos dias de hoje, tinha feito daquilo um negócio: Camélia’s Rendez-Vous ou “Batam o pé aqui”, este último mais adequado à freguesia. Nem as obras para a Expo destruíram o “X”. Sempre que vou aos meus pais, dou uma espreitadela, mas sempre dentro do meu carro, pois se na altura aquilo já era perigoso, nos dias de hoje então...ainda me saltava de lá uma peúga turca!! Medo!

sexta-feira, junho 16, 2006

Ai quem me dera...

...ser como o Plastic Man, apesar de gostar muito mais do seu amigo Hulla-Hulla! Nunca traria o carro para o trabalho. Em casa, esticava o braço e voilá!!! Com um "piqueno" impulso, já estava no escritório!



Eh eh eh, e nas reuniões: quantos são? Quantos são? Não tenho medo de ninguém :P

quinta-feira, junho 08, 2006

Grandes Malhas

Estava a passear pela blogosfera, arranjando coragem para mais um dia de trabalho e encontrei isto. Tenho o segundo LP, o La Verité, e neste momento o Never Again invadiu-me a cabeça. Logo à noite vou passar na minha mãe para ouvir o abençoado disco na velha Pioneer. Acho que também vou dar uma voltinha nas cassetes de cartucho (ou cartão) que o meu pai tem por lá.

Huummm, acho que hoje vou ficar a dormir nos meus pais :)

quarta-feira, junho 07, 2006

Quantos Queres

Quem se lembra do "Quantos Queres"? Na escola primária fazia n Quantos Queres. Pegava num quadrado de papel, dobrava em várias partes, mas sempre em forma de quadrado, até que ficavam 4 triângulos isósceles em dobra por cima do quadrado e em cada metade do triângulo (que fazia um triângulo rectângulo), escrevia uma coisa absurda. No total eram 8 coisas absurdas em 8 cores diferentes. Depois aquilo transformava-se numa espécie de cubo, onde eu inseria os dedos e perguntava aos colegas: quantos queres?

Mexia os dedos no número de vezes pedido, depois escolhiam uma cor e o resultado podia ser: és um sapo, um caracol com ranho, um bufo ou algo assim bem nojento (nojento para um puto/miúda de 6-7 anos) e depois ficávamos a rir todos feitos parvos. Vou fazer um agora. Mas os nomes vão ser bem piores. BEM PIORES!!!

segunda-feira, junho 05, 2006

Momento Rádio Clube Português II

Alphaville, 1982

Lets dance in style, lets dance for a while
Heaven can wait were only watching the skies
Hoping for the best but expecting the worst
Are you going to drop the bomb or not?

Let us die young or let us live forever
We dont have the power but we never say never
Sitting in a sandpit, life is a short trip
The musics for the sad men

Can you imagine when this race is won
Turn our golden faces into the sun
Praising our leaders were getting in tune
The musics played by the madmen

Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever, forever and ever

Some are like water, some are like the heat
Some are a melody and some are the beat
Sooner or later they all will be gone
Why dont they stay young

Its so hard to get old without a cause
I dont want to perish like a fading horse
Youth is like diamonds in the sun
And dimonds are forever

So many adventures couldnt happen today
So many songs we forgot to play
So many dreams are swinging out of the blue
We let them come true


Ai ai...e depois em 1989 o filme "Listen to me" (não me recordo do título em português), tinha esta música como parte da banda sonora. Já agora, que é feito do protagonista do filme, o Kirk Cameron? Eu até gostava do moço

sexta-feira, junho 02, 2006

Ah pois é!

Eu ainda sou do tempo em que ir para a praia significava colocar o adesivo durante uns dias. Quando retirado, caso não houvesse qualquer reacção alérgica, tinha sinal verde para começar a desfrutar a época balnear.

Assim que a minha mãe me levava à farmácia para colocar o adesivo eu já sabia que no fim de semana seguinte ía para a praia! YEEEEEIIII.

quinta-feira, junho 01, 2006

Camélia na natação

Sem ser de todo uma homenagem à Anita e às suas aventuras cujos livros, desde a “Anita em Viagem” até à “Anita Mamã” guardo religiosamente, este “Camélia na natação” é apenas um breve texto sobre alguém – EU – que decidiu aprender a nadar aos 20 anos e já que hoje abriu oficialmente a época balnear, este relato encaixa aqui que “nem ginjas” (por acaso já bebia uma ginjinha com elas ali no Rossio...ai ai).

Até à idade em questão, o meu corpinho viveu na ignorância de uma braçada e de um mergulho sem ter a mão a pressionar o nariz. Enquanto petiz, fugia a sete pés do mar, rios e piscinas. Lembro-me dos tempos em que ía com os meus pais passar fins de semana à Costa de Caparica para casa (clandestina) de uns amigos, e ficava-me pela beirinha do mar, numa qualquer pocinha de xixi ou a pular ondinhas. Detestava quando os meus pais encetavam uma verdadeira perseguição com um balde cheio de água porque achavam que de cabeça molhada eu devia sentir-me melhor. Perseguição, porque eu corria que nem doida assim que os via com o dito balde na mão. O melhor da Costa para mim era andar às cavalitas do meu pai ou do Jorge Coelho (que era jogador de basquete no Estrelas da Avenida....que cagona que eu sou) à noite, pela Rua dos Pescadores. Ricos tempos.

Depois veio a adolescência e eu ainda sem saber nadar. Ora isto significava o degredo para quem começa a querer arranjar namorados e dar um pouco nas vistas. Consegui dar nas vistas. Primeiro, porque quando tentava boiar, o meu rabo ficava literalmente ancorado na areia e só se viam pés, braços e a cabeça no ar a tentar não engolir pirolitos. Segundo, porque cada vez que mergulhava, ou batia com a testa na areia ou então caía de chapão o que, como devem calcular, é extremamente doloroso para quem mergulha com água pelos joelhos. Terceiro, porque quando o mar estava agitado eu era literalmente atirada borda fora, borda fora do mar e borda fora eeerrr do biquini (aquelas ondas de chapão no rabo eram terríveis). Lá aceitei o meu destino e optei por dar nas vistas nas matinés do Crazy Nights e do Loucuras. Mas os meus pais nunca me deixaram ir. Só às festas do liceu e..e...

Alcançados os 20 anos de idade, a trabalhar de dia e com a faculdade nas lides nocturnas, eis que tomei a decisão de ir para a natação. Já estava farta de fazer más figuras. E lá fui eu, para uma piscina municipal perto do meu local de trabalho. Como tinha duas horas de almoço, podia aproveitar. Eu era a benjamim da turma. Quando cheguei à piscina fiquei toda contente porque as minhas colegas eram senhoras entre os 60 e 80 anos. E eu pensei: isto está no papo. Aqui vou ser a melhor aluna. Melhor aluna uma gaita!!! As velhotas tinham uma agilidade brutal. Então a nadar de costas. Meu Deus!! A meio da piscina já estava eu quase a afogar-me e elas a ultrapassarem-me em grande velocidade. Quando a nossa professora ensinou crawl (ou seria mariposa?), eu pensei que morria. Lembro-me das preciosas instruções, que não segui: dão uma braçada, depois outra e depois vêem à superfície e respiram pela boca.

Dei uma braçada, depois outra e respirei pela boca, mas só depois é que vim às superfície. Senti que tinha engolido meia piscina. A D. Hortência, uma velhota com uma toca toda florida, só olhou para mim e disse: ai filha que nojo. A gente aqui com os nossos genitais e você bebeu essa água toda...ca rico apoio oh D. Hortência!!! Já nem fiz mais nada naquela aula. Fiquei duas horas a ver nublado e cada vez que respirava cheirava-me a lixívia. Só estive lá 6 meses. As velhotas eram muito à frente.

Hoje já dou mergulhos sem ter a mão no nariz, mas não consigo evitar os chapões. Aguento-me bem a nadar de costas, mas de bruços não saio do mesmo sítio. Os pirolitos mantêm-se frequentes e de vez em quando, mas só de vez em quando, coloco-me de cócoras e dou aos bracinhos. Ao longe parece que estou a nadar. É só estilo.

Eu e a nhamana

O dia da criança connosco é assim!



Eu e a nhamana...a bombar há 13 anos ;)

terça-feira, maio 30, 2006

Canções p/cotovelos

"Na minha idade os rapazes e as raparigas
já sabem tão bem
o que é viver a emoção de um amor
e como é tão bom gostar de alguém
E de olhos nos olhos
e de mãooo na mããõooo
Eles lá vão, pela rua
ao som de uma cançã-a-ão
E só eu, estou tão só
sem ninguém, ao meu lado
E só eu, estou tão só
sem ter um namorado

Quer de noite ou de di-i-a
A minh'alma não ri
Não conhece a alegri-i-a
ninguém me diz baixinho
GOSTO DE TI-I"

Lai lai lai lai, lem lem lem lai lai lai

Onda Choc, versão portuguesa da música "Tous les garçons et les filles" da Françoise Hardy. Quando me deu a Pancada, cantava isto feita estúpida, mas só quando estava sozinha porque a minha mãe não estava para levar com os meus achaques de teenager com o pito aos saltos.

Agora, sabe-se lá porquê, lembrei-me do Bezidróglio. Não havia um concurso qualquer que tinha este "coisinho" e metia-se lá as respostas ou vinham de lá as perguntas ou lá o que era?! (Ai filhinha, tás tás)

Acho que vou à procura dos meus comprimidos...Zi pills?! Verre árre zi pillz?!

Escolhas

Não há um único dia em que eu não chegue a esta empresa e pense: mas porque é que eu não segui Medicina ou não fui para Investigação, como eu pretendia em miúda?! Queria ser médica ou cientista, segui Economia!!! Má escolha! Má escolha! Eh!

P.S. O desabafo acima descrito nunca poderia ser realizado uma vez que a queixosa não era doida o suficiente para ser cientista e era extremamente esquisita com cheiros, pelo que também nunca poderia dar uma boa médica.

quinta-feira, maio 25, 2006

E na hora de brincar...

...eu entretinha-me muito com as minhas bonecas Barriguitas e com os meus Pin Y Pon. Aquilo é que era brincar na escada do prédio ou na varanda da casa dos meus pais, com a Patrícia, a Liliana, a Sandra e minha prima Paula que costumava passar alguns fins de semana comigo.







Barriguitas agora, só se fôr após uma feijoada ou um cozido, eh eh eh.

terça-feira, maio 23, 2006

Karateca

Desde que descobri as maravilhas do Voleibol (aos 12 anos) que comecei a gostar de desporto. Escrevo isto porque até lá, fui sempre moçoila de boas notas (gaba-te) excepto a Educação Física, de onde colhia, como fruto da minha dedicação à cultura do corpinho, uma bela de uma nota negativa. Entretanto, quando confrontada com a área a escolher para o 10º ano, tive de mudar de liceu e fui para uma escola onde não existiam actividades físicas, uma vez que a mesma não tinha condições para isso. Bem, no clube recreativo da minha rua haviam alguns desportos, bem ok, eram só 2: karaté e ginástica de manutenção. Optei pelo karaté porque não estava para levar com as velhotas a arfar por causa de meia dúzia de abdominais e porque também iria ter a possibilidade de, com a prática, poder sovar putos ranhosos até me cansar.

Pratiquei karaté durante 4 anos. Cheguei a cinturão azul (para quem tenha curiosidade, a modalidade era o Shotokai). Adorei aqueles 4 anos. Tenho muitas saudades! Mesmo muitas! Mas eu não tinha vocação para aquilo! Não queria gritar nas Katas (creio que é assim que se escreve) porque parecia mal. Estava sempre a levar no totiço, porque o meu Mestre insistia que eu tinha de deixar as manias à porta. Nos alongamentos, ou quando fazíamos Komité, não queria ficar com alguns dos meus colegas porque cheiravam mal dos pés e eu não estava para suportar pés chulipentos nos meus ricos ombros. Coloquei alcunhas a todos. O primeiro a quem coloquei alcunha foi ao Peidorreiro: nos saltos de coelho o moço peidava-se que nem um balão sem baraço. Nas aulas quase sempre era escolhida pelo meu Mestre para as demonstrações. Isto porque além de ter um excelente abdominal, estava sempre na galhofa. Assim ficava logo sossegada.

Adorava os estágios. O estágio da Aroeira foi o melhor. Lembro-me como se fosse hoje, principalmente da areia a pesar-me nas baínhas do kimono, às 06 da manhã, a correr à beira-mar. Mas era tudo muito divertido. E um ambiente que não se encontra facilmente. Aliás, não se encontra! Bem, não vou alongar-me mais. Já dei aquele suspiro do "aaaahhhh saudade". Fico-me por aqui. Por aqui.

quinta-feira, maio 18, 2006

Veia poética

És irreverente
E irreverentemente te admiro
Não te amo, mas suspiro
Ao ver-te caminhar graciosamente
Queres saber quem sou
E porque te prefiro?
Questiona toda a gente!

Tinha 17 anos quando escrevi este poema, na altura anónimo, para entregar a um colega da minha turma por quem eu suspirava até que as narinas ficassem coladas ao septo nasal. Durante anos e anos escrevi poemas e pequenas histórias. Todas com destino a paixonetas, pancadas e amores platónicos. Todas. Relativamente a este poema, e como estava a acabar o 12º ano, optei por contar ao destinatário do dito, que tinha sido eu a autora. Não tinha nada a perder (pensava eu). Nunca mais iria vê-lo. A resposta dele perante a minha revelação:

- Ah, foste tu? Bem, que me caia já um c***ão se não foi o poema mais giro que recebi.

Depois desta afirmação (um c***ão?! um c***ão?!), perdi a vontade de escrever. Lisboa perdeu mais um trovador(a), cof cof...é que uma afirmação destas tira a "pica" toda a uma moçoila, carambas! Eh!

quarta-feira, maio 17, 2006

Bully victim

Sabe-se lá porquê, mas na escola, fui sempre alvo do pessoal "manganão". Durante as aulas, eram todos meus amigos, mas a necessidade falava mais alto e se algum deles precisava de dinheiro ou de material escolar, eu revela-me uma presa fácil! Os episódios de abuso do mais fraco (neste caso, eu) nem têm conta. No entanto, destacam-se aqueles que recordo com mais detalhe:

I. Na preparatória. Caminhava eu alegremente pelo recreio da escola, pronta para comer a minha sandocha de bife de perú que a minha avó havia preparado e arrematar-lhe com uma banana ainda verde (gosto da fruta azeda, para que conste). De repente, um manganão trava-me o percurso:
- A tua carteira!! Já!!!
- Mas, mas eu preciso da carteira. Tem os meus documentos e 5 escudos para ligar ao meu pai....
- Dá-me a carteira ou roubo-te o lanche.
Bem, escusado será dizer que optei por dar-lhe o meu lanche. Mas não todo. Tanto regateei que consegui ficar com a banana. E depois do ladrão se pirar, comecei a chorar e a dizer que tinha fome. As minhas colegas pagaram-me um bolo. Mas fiquei sempre com a sandes de perú no meu pensamento.

II. Liceu. Fui jogar ao "sobe e desce" a dinheiro com mais 4 colegas meus! Lerpei-os a todos! Eram 5 escudos o ponto. Nunca recebi dinheiro nenhum. Ao primeiro pedido, agarram-me na cabeça enquanto eu, sem sucesso, tentava aceder aos bolsos de um deles. Caramba, só o Galamba, devia-me 850 escudos. Fora os outros (Soeiro, JP e Pedro...se estiverem a ler isto PAGUEM que eu tenho um marido muita grande que vos parte todos). Mas entre levar uma sova deles todos e/ou levar duas sovas por teimar em recuperar o dinheiro, optei pela primeira.

III. Faculdade. Eles precisavam de trocos para o café. Eu não queria ser sempre a mesma a financiar o pequeno prazer dos meninos. Passaram a virar-me do avesso e a sacudir-me para ver se tinha moedas nos bolsos. Foi nessa altura que comecei a gostar mais de saias, lisas, bem simples. E foi quando comprei uma carteirinha para os trocos.

Todavia estes factos, esta malta dava-se muito bem comigo...sick people.

sexta-feira, maio 12, 2006

Lá na terrinha

Creio já ter referido em posts anteriores que era hábito passar as férias de Verão em S. Pedro do Sul e/ou em Seia. O episódio que vou descrever passou-se em S. Pedro do Sul e toda a gente sabe que no Verão, a "santa terrinha" rebenta com festarolas aos Santos, com os mordomos a pedir para a festa do ano seguinte. Pois bem, numa destas festarolas, andava eu com a minha prima a apreciar as vistas. Tinha 15 anos e ela, 16. E andava por lá um moçoilo todo jeitoso e todo interessado...NA MINHA PRIMA! Adiante.

Lá fomos nós para o bailarico (larico larico, eu vou pá festarola, tarola, tarola...não resisti, sorry) e o moçoilo finca os olhos na minha prima e, mal me descuido, já estavam os dois a bailar. E eu ali. Entretanto aparece-me um outro moçoilo, com um ar até bastante saudável e tal, e puxa-me para a pista de macadame. E eu tudo bem! Pézinho para ali, pézinho para aqui, e o moçoilo não dizia nada. Bem, eu achei que devia meter conversa, sempre queria saber o nome do rapazote. Ao menos o nome. E lá atirei:

- Estamos para aqui a dançar e eu nem sequer sei o teu nome. Como te chamas?

- Fernaundo e bócê?

Perante aquela pronúncia maravilhosa, respondi:

- Eu? Eu vou sentar-me porque doem-me muito os pés de tanto dançar. Até uma dia!

Entre um tipo com uma pronúncia tão fincada e outro com dentes podres, prefiro o das calças amarelas :S

quinta-feira, maio 11, 2006

Mancadas ou distracções?

12º ano, final do ano lectivo, volto-me para um colega meu:

- António magoaste-te no pé?!

- Camélia, eu SOU coxo!!!



Na infância, férias de verão:

Mãe: Camélia, dá um beijo à tia!

Eu: Oh mãe não quero!

Tia: Deixem estar a "piquena", pronto.

Mãe: a mãe não te avisa mais vez nenhuma!! Dá um beijinho à tia!

Eu: oh mãe a tia cheira mal da boca e tens os dentes todos podres!!!

Mãe: Vou chamar o teu pai p/te dar uma galheta!

Eu: Mas mãe tu lá em casa é que disseste que a tia cheirava mal....

sexta-feira, maio 05, 2006

Putos Ranhosos

Histórias dos meus tempos passados na Escola Secundária não me faltam! Principalmente histórias do tempo em que frequentava a Escola Secundária Afonso Domingues. Mais uma vez torno a recordar os meus tempos passados neste liceu. E dos putos ranhosos da minha turma! Agora lembrei-me duma das várias fases de estupidez pelas quais estes putos passavam como se de viroses se tratassem: as pastilhas no cabelo! Eram das coisas mais desagradáveis, mais nojentas e MAIS DIFÍCEIS DE REMOVER que existiam! E existe! Tanto as pastilhas, como os cabelos, é só colar (dah)!

Estes putos ranhosos, para não chamar nomes ainda mais impróprios, faziam a coisa com requinte, pois colavam a porcaria da pastilha, já bem mascada e impregnada de saliva de putos borbulhentos, mesmo no cococuruto (expressão utilizada para definir o casco da cabeça, o cimo, o topo...que se lixe, se não está bem escrito, paciência) ao invés de colar a dita numa ponta de cabelo, tornando assim mais fácil a sua remoção. Cheguei a ter espetos de cabelos no topo da cabeça, porque não tinha outra solução senão cortar a mecha inteira! O meu cabelo era uma mistura de Punk com jogador da bola, o chamado Cabelinho à Bate-Chapa ainda hoje muito em voga nas nossas províncias e na comunidade portuguesa dos EUA.

A vida não poderia correr "melhor" para mim, quando após esta fase, lembraram-se de que os sapatos das colegas eram excelentes para encestar. Não tinham o mesmo formato que uma bola de basquete, mas para o efeito serviam perfeitamente. E lá ía eu, com o meu cabelo à bate-chapa, descalça, a correr atrás daqueles bisontes idiotas estúpidos ranhosos pustulentos, para reaver os meus ricos sapatos. Eu, a Marta, a Carla e a Sandra. Saíamos sempre na rifa! Só andavam mais calmos na altura dos testes porque precisavam de alguém que deixasse copiar! Depois lá arranjavam outra coisa para chatear, para lixar o juízo, para fazermos figuras de parvas!

Um dia lixei-os! Era Sexta-Feira de Carnaval! Estavam a conspirar um ataque ao fim do dia, com ovos podres, cuspo, guaches, farinha, sopa e esparguete cozido! Há hora do almoço até se denotava nos olhos deles aquele brilho maquiavélico de quem vai fazer a vida negra a alguém. Aquela cantina parecia um antro de conspiração. E eu a vê-los conspirar. E a rir para eles. E a baldar-me às aulas da parte da tarde. E eles à minha procura no final do dia. E a Marta, a Carla e a Sandra a serem agredidas com todos aqueles ingredientes todos. E eu em casa a rir-me! SUCKERS! Elas e os outrs palhaços que me substimaram. Até hoje. Nunca levei com nenhum ovo! Nunca!!!

Mas já levei com um tomate podre, na Preparatória. Fica para outro post

Momento Rádio Clube Português

Oh, the night is my world
City light painted girl
In the day nothing matters
It's the night time that flatters
In the night, no control
Through the wall something's breaking
Wearing white as you're walking
Down the street of my soul

(You take my self) you take my self control
You got me livin' only for the night
Before the morning comes, the story's told
(You take my self) you take my self control

Another night, another day goes by
I never stop myself to wonder why
You help me to forget to play my role
You take my self, you take my self control

(I) I live among the creatures of the night
I haven't got the will to try and fight
Against a new tomorrow
So I guess I'll just believe it
That tomorrow never comes

A safe flight
(You take myself, you take my self control)
I'm living in the forest of my dream
(You take myself, you take my self control)
I know the night is not as it would seem
(You take myself, you take my self control)
I must believe in something
(You take myself, you take my self control)
So I'll make myself believe it
(You take myself, you take my self control)
That this night will never go

(Oh-oh-oh, oh-oh-oh)
(Oh-oh-oh, oh-oh-oh)
(Oh-oh-oh)
(oh-oh-oh)
(Oh-oh-oh)
(oh-oh-oh)

Oh, the night is my world
City light painted girl
In the day nothing matters
It's the night time that flatters

(I) I live among the creatures of the night
I haven't got the will to try and fight
Against a new tomorrow
So I guess I'll just believe it
That tomorrow never knows

A safe flight
(You take myself, you take my self control)
I'm living in the forest of my dream
(You take myself, you take my self control)
I know the night is not as it would seem
(You take myself, you take my self control)
I must believe in something

Laura Brannigan – Self Control

Lembram-se? E do clip com o tipo mascarado atrás da moçoila e tal?

quinta-feira, maio 04, 2006

A bela da popa

Actualmente o meu cabelo apresenta um corte bem descontraído, esparvoado, prático! Só preciso de passar com o secador e já está. Finalmente um penteado que condiz com a minha personalidade!! E eu escrevo finalmente, porque durante anos (até entrar na faculdade), o meu cabelo quase se assemelhava ao da Rapunzel (e agora entrava aqui a Daniela a dizer para jogar as minhas tranças de mel), não tão comprido, não tão escorrido (bastante ondulado até). Ora bem, durante esse período que muito provavelmente teve origem no desejo rídiculo de querer ter um tótó igual ao da Sandra da Maria Madalena, digamos que existiu um subperíodo em que além do cabelo comprido, eu também apresentava uma popa no cimo da testa que demorava mais de meia hora a construir.

A popa era um símbolo das adolescentes (parvas) nos finais dos anos 80/início dos anos 90. Mas também havia muita senhora com a horrorosa da popa orgulhosamente armada. No meu caso, a popa só me trouxe problemas:

- Nunca consegui ter uma popa mais alta que a da minha vizinha;

- Ficava com o cabelo tão empastado que até se notavam as partículas do spray e do gel;

- Na maioria das vezes, a popa mais não era do que um pequeno arrebite no cimo da testa;

- A testa estava sempre cheia de borbulhas por causa do spray e gel. Mas era mesmo só a testa porque nunca tive aquelas impopulares crises de acne na adolescência;

- Com aquela popa, parecia que tinha 30 anos. Agora, parece que tenho 15!

Só por isto, fico orgulhosa de andar sempre despenteada!

terça-feira, maio 02, 2006

Criatividade Infantil

Quem diria que um martelo dos bifes consegue transformar-se numa manete de velocidades? E que a tampa do tupperware dá um belo volante? E que proferir PÓ PÓ é quase idêntico ao som de uma buzina? Exacto! Os meus carros na infância eram assim...POTENTES!!

E não havia nada como uma vivenda montada na cozinha da minha avó: um cobertor por cima da mesa, e já está. Eta casinha "mai" acolhedora!!!

quarta-feira, abril 26, 2006

Panama Jack

Se a moda regressar, compro outro par destas botas. Assim escuso de fazer figuras tristes como as que fiz na semana passada na Serra da Estrela. Mas quem me manda ir para a neve com botas de salto alto, hein? Nem sei como é que não parti uma perna ou duas. Fiquei com o nalguedo todo vermelho, ou melhor, todo queimado do frio. O saco de plástico rasgou e lá fui eu rampa abaixo (já devem ter percebido que as rampas exercem grande atracção sobre mim) só com a bela calça de ganga a roçar naquele gelo (sim, neve já quase não havia). Quando tentei levantar-me, espalhei-me outra vez. Olha que linda. Lembrei-me logo que há alguns anos atrás tinha feito semelhante figura e que um casal que por ali passava prontificou-se de imediato para emprestar o trenó. Mas eu sempre gostei muito dos sacos de duas asas. A malta senta-se sobre o saco, segura nas asas, inclina-se ligeiramente para trás e IPIKAIEI MÃE DA FOCA!! Radical mesmo!

segunda-feira, abril 17, 2006

Sim, eu sei...

Ontem, como todos nós tivemos oportunidade de verificar, foi dia de Páscoa. E aqui para os meus lados significa DIA EM FAMÍLIA!! Lá estive eu com os meus pais e os meus avós paternos, a comer a tarte de banana da minha mãe, como se não houvesse amanhã (e a comer daquela maneira, não existiu mesmo amanhã, mas para a tarte). Ora pois bem, a minha avó, achando que havia ali falta de diálogo já que estava tudo especado a olhar para a televisão, começa a contar histórias da minha infância "ai filha tu estavas sempre a fazer rir a avó" e "eras tão fofinha e tão amiguinha, mas também eras tão chata". E a coisa começou aqui: pois que eu tinha um triciclo vermelho com os puxadores azuis e devia ter uns 4-5 anos, não mais que isso pois ainda não estava na primária. E gostava de ir para a rampa (bairro que é bairro tem uma rampa). Era o meu avô paterno quem me acompanhava. Fazia-me as vontadinhas todas. E uma delas era puxar-me com uma corda quando regressava pela rampa, porque aquilo era a subir e a menina não estava para pedalar. Então o pobre do meu avô vinha por ali acima, com os bofes de fora, a puxar o triciclo com a neta em cima sem fazer o mais pequeno esforço. A única forma de se queixar era "pois é menina, a descer todos os santos ajudam, agora a subir tem de ser aqui o avô". Yep, pois é. Um Sábado, o meu pai foi comigo para a rampa para eu andar de triciclo. Escusado será dizer que mesmo com o berreiro que fiz, mesmo dizendo que não podia das pernas, o meu pai fez-me pedalar rampa acima. Não satisfeita e porque sempre fui muito contrariadora, subi a rampa, mas com o triciclo às costas (acreditem que o esforço foi menor).

Sei que contou mais histórias, mas eu desliguei completamente. Já as conheço todas. A minha avó só não conta as histórias em que a deixei envergonhada, como uma vez numa clínica, ainda com 4 anos, comecei por meter conversa com uma das pacientes a dizer que tinha ido ao casamento dos meus pais. E já a minha avó estava "cala-te Camélia" e eu continuava a conversa. Entretanto a senhora pergunta-me "então conta lá minha querida, como foste tu ao casamento". E eu, sempre uma boquinha santa "ENTÃO, FUI NOS CO****S DO MEU PAI". A minha avó ía morrendo do coração e a senhora, quase a sucumbir de um ataque de rubor disse-me "olha minha querida, és muito pequenina para tanta sabedoria" e depois deitou um olhar condenador à minha avó, levantou-se e foi sentar-se noutro lugar. E eu, tudo bem!! Bolas, acho que toda a gente uma vez na vida (sim, comigo foram várias) envergonha os pais e/ou avós, não é? NÃO É?!

quinta-feira, abril 13, 2006

Bloody Correntes

Bem, a pedido ou melhor, ORDEM, da Flôr aqui vai a lista dos meus pânicos:

- Morte! Sim tenho um pânico de morte da Morte! Chamem-me 30 nomes, mas tenho medo. Faz-me aflição estar aqui agora e depois não estar. Deixar de sentir, de ver de respirar, saber à partida que me vou tornar em nada. Aflige-me mesmo. Até me causa ansiedade;

- Escuro! Sim, tenho pânico do escuro, até encontrar um interruptor, vou sempre de olhos fechados e a falar ou a cantar. Por causa disso, já bati de frente contra a porta dum armário aberto;

- Bairros manhosos! Casal Ventoso, Vale da Amoreira, Sítio do Pica-Pau, Cambodja, Zona J: MEDO!

- Areia movediça: porque o mais provável é morrer se cair numa poça destas e como tenho medo da morte...

- África: recuso-me a visitar qualquer país deste continente porque morro de medo das moscas, dos mosquitos, dos animais selvagens (sim, são bonitos, mas cada um no seu meio natural);

- Brasil: Pânico semelhante ao que sinto relativamente aos bairros manhosos. E não me venham cá com a conversa dos locais paradisíacos. Para mim o Paraíso é aquele lugar que cheio de nuvens e anjinhos gorduchos que nunca ninguém viu.

- E por último, mas não menos importante: gente de má índole. Este se calhar até é capaz de ser o meu maior medo. Entro em pânico com gente assim enquanto tento descobrir como lidar com isso. Assim que descubro, pronto, o pânico ausenta-se de vez.

Chega ou queres mais oh "Felôre"? Ah é verdade...também tenho pânico de trovoadas! Xiça!

Parvoíces

10 anos de idade. Domingo depois do almoço. Casa da Patrícia que morava um piso abaixo do meu. Programa Vivámúsica com o "Final Countdown" dos Europe no Top. Ecrã da tv todo babado porque cada vez que o vocalista do dito grupo aparecia, lá ía um beijo nosso.



Este procedimento, além de angariar micróbios alheios, era, como é óbvio, completamente idiota. Parvo mesmo. E aleatório também. Começou por ser apenas para dar beijos a tipos jeitosos (sim, eu achava o vocalista dos Europe o máximo, sei lá), mas aquilo tinha de ser abardinado. Então lá íam beijos no ecrã com os olhos fechados e depois é que verificávamos quem tinha sido contemplado. Calhava cá com cada mitra. O objectivo era mesmo partir o côco a rir.

Porra, eu era mesmo parva. E a Patrícia então...ui!

quarta-feira, abril 12, 2006

Agora que penso nisto...

...mas porque raio é que eu queria deixar crescer o cabelo para fazer um rabo de cavalo de lado de forma a que ficasse o mais parecida possível com a Sandra? Sim a Sandra, aquela que cantava que não queria ser a Maria Madalena! Eh!

terça-feira, abril 11, 2006

13 anos

Os 13 anos são a idade da estupidez. Escrevo por mim e pelos meus amigos e colegas da altura. Mas que parvos. Lembro-me do corredor dos apalpões! Um bando de putos ranhosos roubavam-nos as mochilas com um único propósito: para reavê-las seria necessário percorrer um longo corredor de parvalhões borbulhentos a espumar e salivar por uns valentes apalpões nos traseiros das colegas. Traseiros e não só. Mas eu já nem vou por aí. O meu método era correr que nem uma doida e esbracejar o máximo que podia. Assim evitava ser tocada. Mas aquele método revelou-se ineficaz. Se esbracejava, apalpavam-me o rabo. Se levava as mãos ao rabo, apalpavam-me à frente. Aquilo era do pior. Resolvi dizer que se me tocassem eu peidava-me toda! Resultou. E ainda hoje utilizo este método p/ameaçar quem tentar tal feito.

Entretanto também tinham o hábito de baixar as calças e fazer das cuecas fio dental, para depois cantarem a música do genérico da série Shaka Zulu. Era um espectáculo digno de não assistir. Fora as vezes em que me chamavam para dizer-me qualquer coisa e afinal era para pregarem-me uma valente rasteira: enquanto um colega falava comigo, vinha outro em grande velocidade e zucas, chão! Um dia empurraram-me pela escada abaixo, agarrei-me a uma colega minha e só parámos quando batemos na parede. Fartei-me de rir (yeah, não sou normal), logo após ter rogado 30 pragas ao Hugo e ao Ricardo. Esses demónios! Atenção, todas as raparigas da minha turma passaram por isto!!

Fora isto, também existia o arremesso de lenços de papel mastigados, a graxa no corrimão e o escarro na fronha se por acaso alguém se lembrava de olhar para cima, enquanto subia as escadas. Desconheço se a Escola Secundária Afonso Domingues ainda mantém este espírito...mas confesso que foi a melhor escola que frequentei, eh eh eh.

Só uma nota: uma vez, nos balneários, viram o o meu traseiro enquanto eu ía p/o banho e pensaram que era o peito duma outra colega. Suckers!

sexta-feira, abril 07, 2006

E as linhas? Alguém se lembra das linhas?!

Versão paleolítica das actuais salas de chat e do messenger, as "linhas" eram...errrr...linhas! Trocando por míudos, eram nrs de telefone desactivados pela PT e que permitiam falar à borla com uma série de pessoal. Esta moda pegou tinha eu uns 15-16 anos. Ligava para um nr qualquer e depois perguntava aos que já lá estavam em amena conversa, se podia entrar. Os nrs eram trocados no liceu. Quem entrava tinha um nick qualquer. Quando comecei entrei como Crepita (aqueles cereais redondos com um buraco no meio). Ninguém queria falar com uma Crepita. Devia dar aquela impressão que era tótó ou gorda ou dentuça. Adiante. Foi então que tive uma ideia brilhante: o meu nick seria (txan xan xan) BENETTON!! E pegou!!

Assim que liguei o nr, perguntei "posso entrar?". E o pessoal dizia "quem és tu?". E eu "sou a Benetton". ENTÃO ENTRA!!! Foi a loucura. Os tipos queriam todos falar comigo. Eu tinha o ego lá no topo. Mas não estava satisfeita. A minha personalidade obrigava-me a "abardinar" a cena. Era tudo muito certinho. Muita betada à mistura. Muita Uniform, Amarras, Mustang e EL Charro fashion. E eu nunca tive feitio para "femme fatale". Lembrei-me de criar um alter ego. Para falar com os gajos toda armada em boa, era a Benetton. Para gozar com a fronha do pessoal, era a Bidúrsa do Casal Ventoso (toda a minha simpatia e respeito aos moradores dessa bela localidade). Enfim, tudo isto para relatar o episódio seguinte que nunca mais esqueci por ser tão parvo:

Eu: Posso entrar?
Voz: Quem és tu?
Eu: Bidúrsa do Casal Ventoso. E tu?
Voz: Freddi Mercury
2ª Voz: E eu sou o Morto-Vivo
Eu: Livra que isto aqui é só gente morta!
Freddie: Deixa lá que Bidúrsa é um rico nome...

Desliguei e fiquei meia hora a rir.

Nestum com Mel

Aos anos que não como este petisco dos deuses. Sim! Adoro Nestum e Cerelac, mas por uma questão de controlo intestinal (aquilo prende a tripa comó caraças) optei por evitar lambuzar-me (e sim também engorda). Mas para mim o Nestum com mel tinha de estar espesso. Muito espesso. Tipo betão. Até que a colher ficasse espetada na vertical. Só assim me sabia bem. Até um dia. O meu pai é que costumava levar-me ao colégio e era ele quem me preparava este petisco lácteo. Frequentava eu a 1ª classe e num desses dias, aquilo não me deve ter feito lá muito bem. Cheguei à aula, sentei-me ao lado de uma das gémeas (a minha mãe chamava-lhes cagalhotas porque elas tiveram sempre a mesma altura até ao final da primária e anos depois, continuavam cagalhotas) e disse: olá Carla e depois vomitei-lhe o dossier e o vestido de lã. Nestum puro! "Botava" cá um fedor a azedo...errr...pois, só tenho saudades do Nestum em si, o vomitar está fora de questão. Se calhar o meu vómito foi a causa que travou o crescimento das gémeas. Mas também só acertei numa. Bem, pois, se calhar aquilo é genético, pois.
Bem, depois o meu avô foi buscar-me, já que não estava em condições para a escola, e passei o dia a torradinhas, chá e televisão, excepto à hora do almoço porque a minha avó queria ouvir os Parodiantes de Lisboa.

Bem, era só p/partilhar isto. Inté.

quinta-feira, abril 06, 2006

Chapi Chapo

Lembram-se?



Eram tão fofinhooooooos!

"Chapi chapo, biribô
Chapo chapi, biribi
siripipi, ahbahdah
abaaaaaahhh"

Yep, tou a inventar outra vez

Shortcuts

Sempre gostei muito de atalhos. Penso sempre que tempo é dinheiro pelo que nunca convém perder muito. Desde miúda que sou assim. Mesmo no trânsito, passo a vida a engendrar rotas que evitem o estanque na porcaria da estrada. O pior é que por norma (deve ser karma), cada vez que tento um atalho, lixo-me. Quase sempre. E pelos vistos, os exemplos que vivi em miúda não me serviram de lição. Ora vejam:

- Uma vez com os meus primos, para encurtar caminho para a casa da minha avó, optei por atravessar o relvado em vez de seguir pelo "carreirinho". Resultado: caí numa saída de esgoto a céu aberto e sim, tinha merda até ao pescoço. Foram precisos 5 banhos para livrar-me do cheiro;

- Uma outra vez deu-me para atirar pedras aos carros que passavam (sim, era parva todos os dias) e esqueci-me que alguém poderia parar para dar-me uma lição. E foi o que aconteceu. Um senhor menos paciente parou o carro e veio atrás de mim. Optei por fugir por um caminho que conhecia....e caí dentro dum poço. A minha sorte foi a saia rodada que vestia, pois permitiu que ficasse a flutuar no dito poço (isto foi em Seia, para que saibam);

- Ainda uma outra vez, em S. Pedro do Sul, optei por subir um pinhal com chinelos de piscina. No regresso, em vez de prosseguir pelo caminho trilhado, optei por descer o monte a pique, que por acaso estava cheio de caruma seca e cinzas (tinha havido um incêndio na semana anterior). Resultado: vim literalmente aos trambolhões pelo monte abaixo, já que cada vez que tentava levantar-me, os chinelos escorregavam e lá ía eu outra vez. Cheguei à minha avó completamente preta da cinza, com os calções rotos no rabo porque como já não conseguia levantar-me, achei melhor vir de rojos.

E tenhos mais histórias destas assim. Todas porque quis "cortar caminho". Mesmo assim não aprendi. Acho sempre que "desta vez é que é". O que vale é que actualmente os atalhos são feitos comigo dentro do carro, senão...

quarta-feira, abril 05, 2006

J'aime j'aime la vie

Sandra Kim, Festival da Eurovisão...eu só sabia a primeira parte do refrão, o resto inventava.



"J'aime j'aime la vie, lem lem lem lem lem lem
J'aime j'aime lá vie, lem lem lem pout pourri
j'aime j'aime lá vie, eu não sou de cá
comme si et comme ça-a
J'aime j'aime la vie, pi!"

Era mais ou menos assim :-P

terça-feira, abril 04, 2006

Raios!

Estou com uma crise de urticária daquelas! Não páro de coçar-me! Nem o Lactacyd alivia. A última vez que tive uma crise destas, tinha 13 anos. E foi por ter devorado uma embalagem de rissóis de camarão!!!

Mas agora já não sou lambona. Isto deve ter sido por causa da porcaria do passeio à beira-rio ali para os lados do Gaio-Rosário. Caramba! Eu nem sequer me descalcei. Estou literalmente comichosa. Bolas!

segunda-feira, abril 03, 2006

BD's II

LOOOOOOOOOOOOOOOOOL, partia-me toda a ler Mortadelo e Salaminho

Estalinhos

Eu gostava de comer isto com a boca aberta só para ouvir os estalos, eh eh eh.

BD's



AAAHHH, devo-lhe toda a minha preguiça ;)

Moda nos anos 80

Comprar roupa muita fixe nos Porfírios. Mini-saias com remendos, collants coloridos, camiseiros muita loucos, saias de ganga com bicos, soquete com folho por cima do collant, calças verde-água e outras cores fora do comum, jardineira-calção, calças de ganga elásticas com risca branca de lado, t-shirt com rede em cima à fanã, fato de macaco com manga cava e cinto, cai-cai (eu nem peito tinha p/aquilo) e as minhas SANDÁLIAS COLIBRI!!! Ecco! Este era o meu guarda-roupa da altura (do que me recordo)! Xiça! Tudo porque era "cool" vestir roupa dos Porfírios. Era uma gaja toda p/frentex e mai não sei quê. Ah pois!

P.S. Depois devo ter batido com a cabeça num sítio bem duro porque comecei a vestir a roupa da minha mãe para ter um ar mais senhoril. E comecei a "usar" a bela da popa. Parecia aquelas mulheres casadoiras lá da xanxa! Só me faltava o buço e as rosetas. Blargh!

Por falar em castigos...

...afinal fui castigada uma vez. Quando concluí a 1ª classe. Mas fui castigada por ser preguiçosa. Andei os 3 meses de férias de Verão a adiar os trabalhos de casa. A minha mãe chamava-me à atenção e eu dizia-lhe sempre que estava cansada, ou que fazia no dia seguinte. Cheguei a dar como desculpa a dor nos braços que trazia, por carregar o meu bébé chorão (aquele boneco careca que esteve muito na moda 82/83). E a minha mãe tudo bem. O meu pai também estava na boa. Pensava eu. Na véspera de início das aulas eu tinha os trabalhos todos por fazer. Os meus pais obrigaram-me a ficar acordada toda a noite até completar as tarefas todas, enquanto eles dormiam serenamente. Serviu de lição. Nunca mais deixei as coisas p/última da hora. Agora faço sempre tudo na ante-véspera ;)

Cheiros

Por acaso os cheiros não vos trazem recordações? A mim, trazem! Este cheiro a Primavera averanada lembram-me os Sábados: de manhã nas limpezas com a minha mãe ao som de Boney M, Blondie, Roxy Music e Rod Stewart providenciado pela aparelhagem Pioneer que além do gira discos, tinha (e tem) leitor de cassetes de cartão ou cartucho. Sei lá! São daquelas cassetes enooormes que dá p/pular as músicas e tal. Aquilo para mim era o máximo! Adorava o Sábado, excepto a hora d'almoço: era sempre peixe cozido. Blargh! Aliás, o Carlos Ribeiro, na altura apresentador do Jornalinho, faz-me lembrar peixe cozido, exactamente porque almoçava à hora do dito programa. Depois à tarde ía até à rua brincar com a malta. Lembro-me de vir sozinha p/rua e depois andar a tocar às campaínhas das minhas amigas e amigos "a Patrícia pode vir brincar p/rua?" ou, "o Nini não pode vir hoje?". Eu era sempre aquela que podia vir brincar sem problemas. Como era muito aplicada na escola, os meus pais acabavam por compensar-me dessa forma. Nunca fui castigada por ter tido más notas, porque isso nunca aconteceu (gaba-te cesto). Depois de jantar, às vezes o meu pai tinha ataques de boa vontade e leváva-nos até à "outra banda": a Costa de Caparica. E lá andava eu pela Rua dos Pescadores a encher a pança de gelados da Olá (os reclames da Olá na altura anunciavam o Verão, não é como agora em que há gelados todo o ano).

sexta-feira, março 31, 2006

Colecções

Quem tinha a mania (ou ainda tem) de coleccionar latas e/ou calendários, faça o favor de subscrever :-P

E já que estou numa de cantar...

Quero dedicar esta música às minhas amigas de infância, Liliana e Patrícia. Éramos um trio do caraças! Então a cantar esta música. Ora aqui vai:

"Nós somos as 3 irmãzinhas, muito engraçadinhas
além da mamã! Nós só queremos brincar e ir apanhar
o sol da manhã. Nós só queremos brincar e ir apanhar
o sol da manhã!

E eu (Liliana) que sou a mais velha não tenho tempo
para brincar
Tenho a casa a limpar, a louça a lavar, não posso brincar
Tenho a casa a limpar, a louça a lavar, não posso brincar

Nós somos as 3 irmãzinhas, muito engraçadinhas
além da mamã! Nós só queremos brincar e ir apanhar
o sol da manhã. Nós só queremos brincar e ir apanhar
o sol da manhã!

E eu (Patrícia) que sou a do meio, não tenho tempo para brincar
Tenho a cópia a fazer, a lição a ler, não posso brincar
Tenho a cópia a fazer, a lição a ler, não posso brincar

Nós somos as 3 irmãzinhas, muito engraçadinhas
além da mamã! Nós só queremos brincar e ir apanhar
o sol da manhã. Nós só queremos brincar e ir apanhar
o sol da manhã!

E eu (moi) que sou a mais nova, não tenho tempo para brincar
Tenho a fralda a mudar, a chucha a chuchar, não posso brincar
Tenho a fralda a mudar, a chucha a chuchar, não posso brincar

Nós somos as 3 irmãzinhas, muito engraçadinhas
além da mamã! Nós só queremos brincar e ir apanhar
o sol da manhã. Nós só queremos brincar e ir apanhar
o sol da manhã!"

E depois vendíamos azedas a 2$50. E depois ninguém comprava. Mas quem é que diabo iria querer azedas. Oh please...

O Misha...

...e a sua namorada Natasha. Sabia a letra da música da ursinha que dava no final dos desenhos "Nataaaaashaaa! Nataaaaaasha...lah lah lah, connosco ficaraááás! Nataaaasha" e não me lembro do resto. Mas cantava isto na minha rua com as "nhasamigas".

quinta-feira, março 30, 2006

Olhó Toppo Giggio!

Além de não perder um único mini-episódio deste ratinho simpático, ainda me lembro das cadernetas de cromos! Era tão pequeninas! Tipo tabuada! E os cromos eram quase do tamanho dos selos! Suspiro...

quarta-feira, março 29, 2006

Candy Candy



1982, cinco da tarde, fim do ditado e da cópia que a professora mandou fazer e já estava eu a ver uns dos meus desenhos animados favoritos. Aaaaah, tão linda que era a Cande.

Saltar ao elástico

Bolas, hoje deitei fora uma quantidade considerável de collants. A maioria delas nem estava rota, mas tinham borboto e a menos que seja fã de collants fantasia, é que eu iria considerar calçar uns collants povoados por centenas de borbotos a pedirem que lhes crave as unhas até fazer malha ou mesmo, como eu lhes costumo chamar, uma grande buraca!

Foi neste momento que bateu novamente a saudade! É que hà 20 anos atrás, aqui a filha da minha mãe tinha reciclado as suas collants para os seus jogos do elástico. Sim, porque na altura os meus pais não me davam dinheiro para comprar elástiscos na D. Rosa da retrosaria porque aquilo era dinheiro mal gasto. E eu que até gostava daquele mais largo, tipo cinta de ceroulas porque assim não magoava as pernas. Os elásticos fininhos vincavam as pernas e às vezes apareciam aqueles putos parvos que esticavam o elástico e depois largavam-no tipo fisga e nós moçoilas, em vez de largarmos aquilo, aguardávamos com ar de machonas aquela dor lacinante nas pernas. Antes isso do que deixarem roubar a porcaria do elástico.

Na altura era impossível viver sem o jogo do "um, dois, três" (não, não estou a referir-me ao concurso do Carlos Cruz) e por isso, não havendo dinheiro p/os elásticos, atavam-se as collants umas nas outras e voilá, lá estava eu a saltar ao elástico numa forma bem mais suave, macia e acima de tudo, barata. AAAAHHH, belos jogos de collants na preparatória e ao fim de semana à tarde quando já ninguém queria jogar ao "mata" ou ao "macaquinho do chinês". Ao "lá vai alho" era uma boa hipótese, mas depois do almoço aquilo não fazia nada bem e na porcaria do jogo do "bate pé" pediam-me sempre um passoubem ou um beijo na cara. Pffff. Bem feito que hoje estão todos gordos e carecas! AH! Yep, sim, realmente tenho muitas saudades de saltar ao elástico! Até os bancos de cozinha serviam de pilares para saltar em casa, quando o tempo (ou a mãe) não permitia uma performance minha na rua. Huuummm, logo à noite vou dar uns pulinhos na cozinha p/recordar (um salto e fico logo arrumada, com os bofes de fora). A ver.
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