segunda-feira, abril 17, 2006

Sim, eu sei...

Ontem, como todos nós tivemos oportunidade de verificar, foi dia de Páscoa. E aqui para os meus lados significa DIA EM FAMÍLIA!! Lá estive eu com os meus pais e os meus avós paternos, a comer a tarte de banana da minha mãe, como se não houvesse amanhã (e a comer daquela maneira, não existiu mesmo amanhã, mas para a tarte). Ora pois bem, a minha avó, achando que havia ali falta de diálogo já que estava tudo especado a olhar para a televisão, começa a contar histórias da minha infância "ai filha tu estavas sempre a fazer rir a avó" e "eras tão fofinha e tão amiguinha, mas também eras tão chata". E a coisa começou aqui: pois que eu tinha um triciclo vermelho com os puxadores azuis e devia ter uns 4-5 anos, não mais que isso pois ainda não estava na primária. E gostava de ir para a rampa (bairro que é bairro tem uma rampa). Era o meu avô paterno quem me acompanhava. Fazia-me as vontadinhas todas. E uma delas era puxar-me com uma corda quando regressava pela rampa, porque aquilo era a subir e a menina não estava para pedalar. Então o pobre do meu avô vinha por ali acima, com os bofes de fora, a puxar o triciclo com a neta em cima sem fazer o mais pequeno esforço. A única forma de se queixar era "pois é menina, a descer todos os santos ajudam, agora a subir tem de ser aqui o avô". Yep, pois é. Um Sábado, o meu pai foi comigo para a rampa para eu andar de triciclo. Escusado será dizer que mesmo com o berreiro que fiz, mesmo dizendo que não podia das pernas, o meu pai fez-me pedalar rampa acima. Não satisfeita e porque sempre fui muito contrariadora, subi a rampa, mas com o triciclo às costas (acreditem que o esforço foi menor).

Sei que contou mais histórias, mas eu desliguei completamente. Já as conheço todas. A minha avó só não conta as histórias em que a deixei envergonhada, como uma vez numa clínica, ainda com 4 anos, comecei por meter conversa com uma das pacientes a dizer que tinha ido ao casamento dos meus pais. E já a minha avó estava "cala-te Camélia" e eu continuava a conversa. Entretanto a senhora pergunta-me "então conta lá minha querida, como foste tu ao casamento". E eu, sempre uma boquinha santa "ENTÃO, FUI NOS CO****S DO MEU PAI". A minha avó ía morrendo do coração e a senhora, quase a sucumbir de um ataque de rubor disse-me "olha minha querida, és muito pequenina para tanta sabedoria" e depois deitou um olhar condenador à minha avó, levantou-se e foi sentar-se noutro lugar. E eu, tudo bem!! Bolas, acho que toda a gente uma vez na vida (sim, comigo foram várias) envergonha os pais e/ou avós, não é? NÃO É?!

4 comentários:

Folha de Chá disse...

Cof... pois.

é.

:) :) :)

Magnolia disse...

Er...
Quando a minha mãe saía de casa eu gostava de ir à janela gritar "Ó BOOOOOOOA!!" só para a ver corar e fingir (mal, diga-se) que não era nada com ela... Às tantas, antes de sair, já me dizia "está sossegada, sim???"

Mipo disse...

são tantas que só posso esquecê-las! Acrescenta aos pais e aos avós umas tantas irmãs (bem) mais velhas e as possibilidades multiplicam-se!

marsalho disse...

A rampa do bairro...

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